Ao acompanhar o início da oferta de cirurgias eletivas no Hospital e Pronto-Socorro da Zona Norte (Delphina Aziz), nesta segunda-feira (15/04), o governador Wilson Lima destacou a economia de R$ 2 milhões/mês obtida com o novo contrato de gestão da unidade e o avanço na oferta de serviços. Serão oferecidas entre 150 a 180 cirurgias por mês e a meta é colocar o HPS funcionando em plena capacidade. Em janeiro, quando o atual governo assumiu, a ocupação era de 32%.
O Instituto Nacional de Desenvolvimento Social e Humano (INDSH) foi contratado para gerenciar o Complexo da Zona Norte, que compreende o HPS Delphina Aziz e a UPA Campos Sales. “Só nesse procedimento de assinatura de contrato, nós já estamos economizando R$ 2 milhões por mês. Ou seja, nós estamos fazendo mais com menos. E essa é uma política que tem sido adotada por mim e pela minha equipe, desde que assumimos o Governo do Estado, de conter gastos”, afirmou Wilson Lima.
O governador destacou que, somente nos primeiros três meses de administração, a redução de despesas é da ordem de R$ 82 milhões relativos ao corte de gastos com combustível, com alugueis, renegociação de contratos, viagens e diárias. “Estamos economizando e oferecendo mais serviços, com o é o caso da saúde, que estamos ampliando a oferta de cirurgias”, frisou.
O início das cirurgias marca a primeira etapa do projeto para colocar o HPS Delphina Aziz funcionando em capacidade plena. “O que a gente está realizando aqui não é mutirão. As primeiras cirurgias que vamos oferecer são de hérnia e vesícula e também estamos preparando pacientes para que possam ser realizadas cirurgias de ostomia. A gente tem, há algum tempo, trabalhado para que nós possamos colocar esse hospital em funcionamento 100% e a expectativa é que isso aconteça ainda nesse primeiro semestre. Isso vai desafogar as outras unidades”, disse Wilson Lima.
Tempo de espera – O funcionário público Alberto França, um dos primeiros beneficiados com o início das cirurgias eletivas no HPS, esperava há mais de um ano pela cirurgia para a retirada de uma pedra na vesícula. “Eu fico muito contente, porque até que enfim chegou minha vez. Aqui é maravilhoso, estou sendo muito bem tratado, bem acompanhado, sempre tem alguém aqui verificando as minhas condições, estou contente”, disse ele, momentos antes da cirurgia.
A dona de casa Suelen Carvalho, que também foi operada na manhã desta segunda-feira, se emociona ao imaginar que poderia enfrentar uma fila de anos na espera pelo procedimento cirúrgico, caso a rede ainda não tivesse iniciado o processo de ampliação. “Agora eu enxergo que está melhorando. Me emociono porque já vi tanta gente esperar anos. Eu descobri agora em janeiro e já vou ser operada. Vou ficar bem, não vou sentir mais dor, que é insuportável. Só tenho a agradecer”, comemorou.
Melhorias – A ampliação da oferta de cirurgias compõe o conjunto de medidas adotadas pelo Estado para sanar a situação encontrada pela atual gestão, na área da saúde. “Encontramos empresas e cooperativas com pagamentos atrasados. Nós estamos garantindo o pagamento dessas empresas em dia desde janeiro e negociamos o que está atrasado. Já pagamos 33% de uma competência e vamos pagar agora 66% dessa competência. Então esse é um novo momento na saúde em que a gente consegue ampliar serviços e diminuir custos”, classificou o governador.
Transplantes – O planejamento para a implantação do projeto contempla, também, transplantes previstos para entrarem em execução na terceira etapa. “Deverá ser transplante de rim, de fígado e também implante coclear, que é feito fora do Amazonas, inclusive, causando um grande transtorno para as famílias e para os pacientes e também gerando um custo muito significativo para o Estado”, informou Wilson Lima. No final das fases de implantação, todos os 312 leitos do hospital, dos quais 50 de UTI, e 11 salas cirúrgicas, estarão funcionando integrados com os serviços da UPA Campos Sales.
A unidade também vai intensificar o atendimento ambulatorial (consultas e exames), para reduzir o tempo de espera de quem está na fila do Sistema de Regulação (Sisreg).
Nova administração – O INDSH passa a gerir toda a assistência hospitalar, incluindo os recursos humanos do Complexo da Zona Norte, cabendo à Susam fiscalizar os serviços prestados para o cumprimento da meta assistencial. O estudo de economicidade levou em consideração os R$ 10,5 milhões que vinham sendo aplicados pela secretaria para gerir o hospital nos últimos meses, comparados aos R$ 8,4 milhões previstos no primeiro mês de contrato com INDSH, sem levar em consideração o aumento na oferta de serviços.
O valor atual cobre todos os serviços previstos, inclusive as cirurgias eletivas que não eram realizadas no HPS Zona Norte; 84 leitos de clínica médica; aumento, de 25 para 50, nos leitos de UTI e, de uma para duas a quantidade salas cirúrgicas; além da gestão de todos os serviços da UPA Campo Sales. Medicamentos, materiais e insumos e a mão-de-obra empregada nas duas unidades também são de responsabilidade da OSS. Os servidores que atuam nas duas unidades estão sendo realocados em outros serviços da rede.
Impacto na rede – A entrada em operação do Complexo da Zona Norte tem grande impacto na rede de atenção de média e alta complexidade, consequentemente, na melhoria e aumento da oferta dos serviços à população. “Esse projeto desafoga as filas das outras unidades e a gente tem condições, então, de fazer a identidade dessas outras unidades hospitalares. O impacto é direto no sistema de saúde do Amazonas, inclusive porque os municípios do interior também terão acesso, pelo Sisreg, à oferta de serviços especializados aqui do hospital”, acrescentou o titular da Secretaria de Estado de Saúde (Susam), Rodrigo Tobias.