Enquanto abria fogo na Igreja Batista Shalom, na cidade mineira de Paracatu, o ex-militar Rudson Aragão Guimarães, de 39 anos, disse que havia “voltado do inferno” e precisava cumprir “algumas missões”. Na noite desta terça-feira, o homem esfaqueou a ex-namorada e depois matou a tiros três pessoas no centro religioso.
Segundo o porta-voz da Polícia Militar, major Flávio Santiago, testemunhas relataram que Rudson entrou na igreja e logo disparou contra o pai do pastor, Antônio Rama, que morreu no local. Recarregou a arma e fez outra vítima. Policiais que patrulhavam a região ouviram os disparos e seguiram para o local.
— No momento em que eles entraram (na igreja), ele tomou uma mulher como refém e disse: ‘Eu vim do inferno, tenho algumas missões para cumprir’ e atirou nela. Deu nem tempo para negociação. Aí os policias atiraram nele — contou o major.
Segundo as testemunhas, o atirador proferia falas desconexas.
O porta-voz ressaltou que Rudson permanece internado no Hospital Municipal de Paracatu. Atingido por um tiro de fuzil no ombro, ele está “entre a vida e a morte”, mas continua vivo, de acordo com o major. Agentes da polícia fazem a custódia do atirador no centro médico.
O major Fabiano destacou que a ação da polícia foi necessária para evitar mais mortes. No momento da detenção, o atirador ainda dispunha de seis balas de munição.
A polícia mineira investiga a motivação de Rudson. Os corpos das vítimas já foram liberados do Instituto Médico Legal (IML) de Paracatu.
Sequência de mortes
De acordo com informações da Polícia Militar de Minas Gerais, antes de chegar à igreja, o homem foi até a casa da mãe, onde estava a ex-namorada — Heloísa Vieira, de 59 anos, e a golpeou com uma faca na altura do pescoço. A vítima foi resgatada pelo Corpo de Bombeiros, por volta das 19h45, levada ao hospital municipal, mas não resistiu aos ferimentos e morreu.
Com uma arma modelo garrucha, calibre 36, entrou no templo e efetuou o primeiro disparo na cabeça do pai do pastor da igreja e, em seguida, matou as fiéis identificadas como Rosangela Albernaz, de 58 anos, e Marilene Marins de Melo Neves, de 57.