O Brasil já registrou pelo menos 247 casos e quatro mortes pela variante Delta do novo coronavírus. Mais transmissível, essa cepa foi identificada originalmente na Índia e tem freado planos de reabertura de atividades econômicas na Europa e nos Estados Unidos. Dez Estados e o Distrito Federal já reportaram infectados pela variante, mas especialistas acreditam que o número possa ser bem mais alto, diante das dificuldades de vigilância genômica do País.
Os primeiros casos da mutação foram identificados no Maranhão, em maio, na tripulação de um navio vindo do exterior. O episódio fez o governo federal enviar doses extras da vacina ao Estado e reforçar a imunização de funcionários do transporte aéreo e terrestre.
Agora, a estratégia da gestão Jair Bolsonaro tem sido enviar lotes extra de vacina aos Estados da fronteira, com o objetivo de criar uma espécie de “cordão epidemiológico” contra as variantes do vírus. Dos óbitos até agora, a maioria foi no Paraná (14), seguido de Distrito Federal (4), Rio (4) e Maranhão (1). A primeira morte com a Delta foi de uma grávida de 42, em Apucarana (PR).
O Ministério da Saúde disse, em nota, que os “respectivos contatos (dos infectados) são monitorados pelas equipes de Vigilância Epidemiológica e Centro de Informações Estratégicas em Vigilância e Saúde locais, conforme orientação do Guia Epidemiológico da covid-19”.
A pasta ainda disse ter “reforçado a orientação para Estados e municípios, quanto ao sequenciamento genético, notificação imediata, rastreamento e isolamento dos casos e contatos, além de outras ações de prevenção”.
Estudos mostram que a Delta é mais transmissível que as demais cepas, mas não necessariamente mais agressiva. Cientistas ressaltam que a variante se espalhou em países onde boa parte da população já está vacinada.
Isso poderia explicar o baixo número de internações e mortes. Já se sabe também que apenas a primeira dose de um imunizante pode não ser suficiente para barrar a infecção – duas injeções têm eficácia contra a nova cepa.