Nos primeiros dois meses de 2021, a Delegacia Especializada em Repressão a Crimes Cibernéticos (DERCC), da Polícia Civil do Amazonas (PC-AM), registrou um aumento de 241% no número de ocorrências por invasão a dispositivos informáticos em comparação com o mesmo período do ano passado. A expansão dos casos está relacionada, principalmente, a golpes como a clonagem de contas de aplicativos de mensagem instantânea.
“Com o isolamento social, nós tivemos uma quantidade muito grande de pessoas com mais tempo na frente dos dispositivos informáticos. E os criminosos passaram a se dedicar mais a essa prática”, enfatizou o titular da especializada, delegado Heron Ferreira.
De janeiro a fevereiro deste ano, a Delegacia de Crimes Cibernéticos registrou 174 Boletins de Ocorrência (B.O) com relatos sobre invasões de dispositivos. Essas informações englobam os casos de clonagem de aplicativos, entre outros tipos de crimes dessa modalidade envolvendo aparelhos telefônicos e computadores. No mesmo período do ano passado, a unidade contabilizou 51 casos.
O crime de invasão de dispositivo informático vem previsto no art. 154-A do Código Penal e foi inserido pela Lei nº 12.737, de 30 de novembro de 2012. A tipificação foi apelidada de “Lei Carolina Dieckmann”, em alusão à atriz brasileira que, em maio de 2012, teve fotos íntimas publicadas indevidamente na internet, captadas por “hackers” que invadiram seu computador e passaram a exigir dinheiro para não tornar públicas as imagens. A pena para o crime prevê detenção de três meses a um ano, além de multa.
O delegado ressalta a importância de a população ficar atenta para essas fraudes. “Uma das garantias que a vítima pode usar é redobrar o cuidado com o dispositivo. Não baixar qualquer tipo de arquivo no computador. Caso cheguem mensagens de promoções de clínicas, restaurantes, entre outras, o ideal é ligar diretamente para o estabelecimento e confirmar”.
Prevenção – Quando uma pessoa cai nesse tipo de golpe, a orientação é reunir provas para formalizar o registro do Boletim de Ocorrência com mais robustez. “Geralmente esses criminosos invadem os dispositivos quando as pessoas fornecem o número de verificação do aplicativo de mensagens, e ele acaba habilitando no telefone dele e tendo acesso toda sua lista de contatos. Então faça o anexo de prints, fotografias das mensagens, e onde consta também o número do telefone dos estelionatários”.
As situações mais frequentes entre os aplicativos clonados são os pedidos de transferência financeira para contas bancárias. Qualquer requisição nesse sentido, a orientação é checar se é a pessoa mesmo quem está pedindo antes de fazer qualquer transferência.
Registro de Ocorrência – As vítimas de crimes cibernéticos devem realizar o registro do Boletim de Ocorrência (BO) no site da Delegacia Interativa da Polícia Civil, no endereço www.delegaciainterativa.am.gov.br.
Fotos: Erikson Andrade/SSP-AM