A Polícia Civil do Amazonas, por meio da Delegacia Especializada em Roubos e Furtos de Veículos (DERFV), em conjunto com integrantes do Núcleo Especializado em Operações de Trânsito (Neot) do Departamento Estadual de Trânsito do Amazonas (Detran-AM), deflagrou na manhã desta segunda-feira (17/6), a operação “Pedestal”, que resultou nas prisões, em flagrante, de três pessoas e no indiciamento de outras duas. Durante os trabalhos foram apreendidos nove carros, diversas peças de veículos desmontados, além de R$ 8,5 mil em espécie.
Conforme o delegado Cícero Túlio, a operação teve por objetivo desarticular o desmonte ilegal de veículos com restrição jurídica, alienados a instituições bancárias, roubados ou furtados, além de coibir a venda ilícita das peças desses veículos desmontados. Ao todo, foram cumpridos sete mandados de busca e apreensão em estabelecimentos comerciais, depósitos de veículos e residências. As ordens judiciais foram expedidas no dia 6 de maio deste ano, pela juíza Margareth Rose Cruz Hoagen, da 4ª Vara Criminal.
Presos – Ao longo da operação as equipes prenderam, em flagrante, Barbosa Nascimento dos Santos, 43, e os irmãos Rogerio Ramos de Holanda, 40, e Roseane Ramos de Holanda, 32, por associação criminosa, adulteração de sinais identificadores de veículos automotores, estelionato e associação criminosa. Outas duas pessoas foram indiciadas por participação nos delitos supracitados.
No decorrer da operação “Pedestal” foram apreendidos nove carros que estavam sendo desmontados para a venda das peças, segundo Cícero Túlio. Também foram apreendidas diversas peças de veículos automotores, além de celulares, um notebook e R$ 8,5 mil em espécie.
“Encontramos em alguns depósitos diversos veículos com restrição judicial, configurando a prática não só da receptação, mas também de estelionato, tendo em vista que financeiras estão sendo lesadas em razão dos veículos, por estarem financiados e acabarem sendo desmontados. A Justiça também acaba sendo lesada, tendo em vista que existem veículos com restrição judicial que serviriam para a garantia de processos cíveis e trabalhistas, mas que estavam sendo desmanchados sem autorização do Detran-AM”, declarou Cícero Túlio.
Investigação – Durante a coletiva de imprensa, o titular da DERFV explicou que as investigações em torno da operação duraram cerca de três meses, após as equipes da especializada receberem informações da Secretaria Executiva Adjunta de Operações (Seaop), vinculada à Secretaria de Estado de Segurança Pública do Amazonas (SSP-AM).
“Os policiais da Seaop-AM informaram que, durante diligências policiais, constataram que uma casa, situada em um condomínio de luxo no bairro Tarumã, zona oeste, estava sendo utilizada para realizar o desmanche de veículos com restrição judicial. Iniciamos as diligências e conseguimos identificar a participação de alguns integrantes dessa quadrilha, inclusive com ligação a organizações criminosas responsáveis por delitos como tráfico de drogas e roubos, inclusive a residências”, disse o titular da DERFV.
Foragido – A autoridade policial destacou ainda que o alvo principal da operação, identificado como José Sampaio de Souza Júnior, conhecido como “Juninho”, não foi encontrado. Cícero Tulio explicou que “Juninho” é proprietário de uma loja situada no bairro Flores, zona centro-sul da cidade, que realiza a venda de algumas peças de veículos desmontados ilegalmente.
“Ele (Juninho) já foi preso por receptação em 2011, no momento em que estava realizando a compra de um veículo roubado. No ano passado, ele também foi investigado em razão de delitos como estelionato e receptação. Agora ele se encontra foragido”, explicou Túlio.
Fiscalização – Durante as fiscalizações, o Detran-AM disponibilizou quatro plataformas e mais de 20 agentes participaram diretamente da operação. Dois veículos foram retidos por licenciamento em atraso. De acordo com o coordenador do Neot, David Fernandes, nenhuma das oficinas vistoriadas na manhã desta segunda-feira (17/6) apresentou os documentos necessários para o funcionamento do estabelecimento.
“O Detran-AM deu apoio à DERFV com a parte logística, verificando a documentação, como o CNPJ dos desmontes fiscalizados. Existe uma lei específica que estipula que as oficinas que funcionam como desmonte não podem realizar outro tipo de atividade. Durante a ação, foi verificado que nenhuma delas era cadastrada junto ao Detran, e tinha como atividade única o desmonte”, esclareceu Fernandes.
Disque-Denúncia – O titular da DERFV pede a quem puder colaborar com informações sobre a localização de “Juninho”, ligar para o número (92) 99962-2442, o disque-denúncia da DERFV. “Também disponibilizamos o 181, da SSP-AM. Asseguramos o sigilo da identidade dos informantes”, garantiu Cícero Túlio.
Flagrante – No prédio da especializada, Barbosa, Rogerio e Roseane foram autuados em flagrante por associação criminosa, adulteração de sinais identificadores de veículos automotores, estelionato e associação criminosa. Ao término dos procedimentos cabíveis, o trio será levado para audiência da custódia, no Fórum Ministro Henoch da Silva Reis, no bairro São Francisco, zona sul da cidade.