Um terremoto de magnitude 5,9, sentido perto da meia-noite no horário local, surpreendeu a população do noroeste da China, deixando um rastro de destruição e se tornando o mais mortal do país em 9 anos. A profundidade de cerca de 10 km, considerada rasa pelo Serviço Geológico dos Estados Unidos (USGS), não amenizou o impacto do sismo, que durou quase 20 segundos.
O Centro de Redes Sísmicas da China (CENC) registrou uma magnitude ligeiramente superior, 6,2, enquanto as autoridades locais contabilizam pelo menos 129 mortos e centenas de feridos. O epicentro atingiu principalmente as províncias de Gansu e Qinghai, onde equipes de emergência agora correm contra o tempo para resgatar sobreviventes em meio aos escombros, enfrentando temperaturas abaixo de zero graus celsius.
No condado de Jishishan, em Gansu, o sismo danificou casas e estradas, resultando em 113 mortes e 536 feridos, com equipes de resgate retirando 67 pessoas dos escombros até o momento. Em Qinghai, um deslizamento de terra contribuiu para 13 mortes, 182 feridos e 20 desaparecidos.
A infraestrutura básica, incluindo fornecimento de água, eletricidade e serviços de comunicação, foi comprometida em algumas áreas, dificultando as operações de resgate. Mais de 4 mil bombeiros, policiais e soldados foram mobilizados para Gansu, levando tendas, camas dobráveis, cobertores e fogões portáteis.
No vilarejo de Dahe, uma das áreas mais afetadas, mais de 155 mil casas foram danificadas ou destruídas. Deslizamentos de terra e desabamentos de estruturas complicaram ainda mais a situação, enquanto as temperaturas extremamente baixas representam um desafio adicional para os resgatistas.
A população local, abalada pelo evento sísmico, expressa suas preocupações. Ma Wenchang, moradora de Qinghai, compartilhou: “Tenho 70 anos e nunca senti um terremoto tão forte em minha vida. Não posso mais ficar nesta casa, porque é muito perigoso. Meus parentes foram levados para outro lugar.”
O presidente chinês Xi Jinping afirmou que as autoridades estão “fazendo tudo” para buscar sobreviventes e tratar feridos. O Ministério das Finanças e o Ministério de Gestão de Emergências alocaram 200 milhões de yuans (cerca de 137 milhões de reais) para a gestão de danos em Gansu e Qinghai, buscando aliviar os impactos devastadores do desastre natural.
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