A defesa do ex-presidente Michel Temer deve tentar evitar o depoimento marcado para a manhã desta sexta (22) na sede da superintendência da Polícia Federal no Rio, no centro da cidade, onde está preso desde as 18h40 desta quinta (21).
O ex-ministro Wellington Moreira Franco e o coronel João Baptista Lima, presos no Batalhão Especial Prisional (BEP), unidade gerida pela Polícia Militar do Rio em Niterói, na região metropolitana da capital, se deslocaram à unidade para depor.
Temer está no terceiro andar do prédio, em uma sala de 20 m2 que era usada pelo corregedor da PF e foi improvisada para recebê-lo. O local tem banheiro privativo, janela, ar-condicionado, frigobar, sofá e mesa de reunião. Uma cama de solteiro foi providenciada, e uma TV também seria levada ao local.
À noite, agentes ofereceram comida ao ex-presidente, mas ele não quis jantar. Ele recebeu uma visita do ex-ministro da Secretaria de Governo Carlos Marun (MDB-RS), um dos seus mais fiéis escudeiros, que disse que ele está tranquilo, porém triste.
Temer está preso na PF por conta de uma decisão do juiz Marcelo Bretas, que defendeu tratamento semelhante ao dado ao ex-presidente Lula, preso desde abril de 2018 na unidade de Curitiba. Na decisão, Bretas determinou que a PF forneça, se tiver condições, “itens mínimos” compatíveis com os oferecidos a Lula.
Inicialmente, Bretas havia determinado que Temer fosse enviado à unidade de Niterói. Reservada a policiais, a unidade mantém hoje o ex-governador Luiz Fernando Pezão, acusado de participar do esquema de corrupção do ex-governador Sérgio Cabral.
A mudança foi feita a pedido da defesa de Temer e após consulta à Polícia Federal, que afirmou ter condições de custodiar o ex-presidente, preso na manhã desta quinta na Operação Descontaminação, que apura corrupção em obras da usina nuclear Angra 3.