Subiu para 22 o número de casos suspeitos de “esporotricose animal”, doença transmitida por fungos e que afeta tanto pessoas quanto animais, especialmente os gatos. Apesar do aumento, a doença não é letal e tem tratamento, como informa o Centro de Controle de Zoonoses (CCZ) em Manaus. O órgão também afirma que abandonar os animais não é a solução para o problema.
Até o domingo (13), quatro casos da doença tinham sido confirmados. O bairro mais afetado é o da Glória, na Zona Oeste da capital, mas o CCZ já investiga a proliferação nos bairros Aparecida e Santo Antônio.
Segundo a diretora do CCZ, a médica veterinária Patrícia de Paula Roberto, investigações do órgão mostram que os primeiros casos da doença podem ter sido registrados entre agosto e setembro.
“A primeira notificação oficial, com exames, foi no dia 9 de novembro. Foi quando recebemos as informações. No entanto, fizemos um trabalho de rua no bairro da Glória e ouvindo a população começamos a verificar que os primeiros casos da doença podem ter surgido entre agosto e setembro. No entanto, não nos passaram nada. Quem nos comunicou foi um tutor, durante essas nossas visitas”, contou.
A veterinária também alertou sobre o abandono de animais. Segundo ela, a prática pode levar a uma maior disseminação da doença na cidade. O mais orientado é castrar os animais e, caso o bicho apareça com algum sintoma da doença, isolá-lo.
“É importante esclarecer para a população não abandone os animais. É uma doença que tem cura. Abandonar os animais, além de ser crime, vai disseminar a doença e a gente pode acabar perdendo o controle na cidade. Se o animal é saudável, principalmente o gato macho, a solução é castrar, para que ele não saia de casa e não se contamine”, pediu.
Patrícia também informou que o CCZ estuda criar uma área dentro do próprio órgão para receber animais de ruas, infectados pela doença. O centro também deve intensificar a castração de animais saudáveis provenientes do bairro da Glória, principalmente para os tutores que não tem condições de realizar o procedimento.
“A gente vai contar com a ajuda dos protetores para tentar capturar os animais que estão na rua também, e podem estar contaminados, para avaliar e ver o que a gente pode fazer. Devemos ter uma resposta mais ampla nos próximos dias”, resumiu.
Pessoas com sintomas– Ainda de acordo com a veterinária, alguns moradores residentes do bairro da Glória também apresentaram sintomas relacionados a doença. No entanto, a orientação do momento é procurar as Unidades Básicas de Saúde (UBSs) para fazer o acompanhamento.
“Algumas pessoas estão entrando em contato falando que apresentaram alguns sintomas, mas a nossa orientação agora é procurar a UBS, para que a pessoa seja medicada ou até mesmo encaminhada para a Fundação Alfredo da Matta, onde pode ser tratada de forma mais ampla. Mas tem que ir no médico, para que ele passe o antifungíco”, orientou.
O cuidado com os animais também deve ser priorizado, segundo a médica. Ela informou que é preciso estar atento aos sintomas que podem vir a surgir a partir do contato com o animal infectado.
“Se o animal está infectado, é importante evitar arranhaduras, porque a doença se dissemina assim. O gato pode arranhar o dono e com isso pode passar a doença. Mas é claro que se o animal estiver saudável não tem nenhum perigo. Orientamos também que caso o animal venha a falecer devido a complicações da doença, que nos avise imediatamente. Ele não pode ser enterrado para que não contamine o solo. Nos acionem, por favor”, finalizou.