Nem nos melhores sonhos João Pedro imaginou que, em oito dias, iria de promessa de Xerém a sensação do time principal do Fluminense. Gols, titularidade, aclamação da torcida, tudo em pouco mais de uma semana. Atônito com os três marcados na goleada de 4 a 1 sobre o Atlético Nacional-COL, precisou ser avisado pelos companheiros que tinha direito à bola do jogo. Mas, ainda que chame a atenção, sua ascensão não é difícil de entender. Os números nestas três partidas que mudaram sua vida mostram um atacante de aproveitamento quase perfeito.
Todas as oito finalizações de João Pedro foram na direção do gol. Na verdade, desde que se profissionalizou o atacante ainda não errou uma conclusão sequer. Mas, nestes oito dias, chamou mais a atenção porque marcou seis vezes. Ou seja, nas duas únicas tentativas que não balançaram as redes, uma parou na trave e a outra foi defendida.
Como foi titular apenas no último jogo, o aproveitamento de gols por minutos mostra-se ainda mais eficiente. Somadas as três partidas (Cruzeiro, duas vezes, e Atlético Nacional), são 117 minutos, o que dá uma bola na rede a cada 19,5. Uma performance que o próprio jogador trata com naturalidade.
– Eu trabalho bastante no dia a dia e, na hora que surge a oportunidade, procura estar concentrado. Então acho que fui feliz nas finalizações, e os gols acabaram saindo – afirma João Pedro, que já percebe mudanças em sua vida nestes oito dias.
– Quando saio na rua as pessoas pedem para tirar foto. Nas redes sociais, tenho recebido bastante mensagens e ganhado seguidores. Mas não posso deixar isso subir à cabeça. Estou pensando sempre em evoluir.
Em toda a ainda curta carreira profissional (iniciada neste ano), sua média também impressiona. João Pedro soma, até agora, apenas 216 minutos em campo. Como já marcou sete vezes, registra um gol a cada 30,8 minutos. Números que já deixam o técnico Fernando Diniz constrangido em falar sobre quem será o titular quando Pedro retornar de sua mais recente lesão, o que deve ocorrer no próximo domingo, contra o Bahia, pelo Campeonato Brasileiro.
– Pelo que está produzindo hoje não tem como falar que ele não é titular. Mas o futebol é complexo demais. Temos que pensar no jogo contra o Bahia. Ele certamente é um dos titulares, mas o time não tem só 11 titulares. E tenho que pensar em escalar os que estiverem melhor contra o Bahia.
Apesar de medir as palavras para falar do futuro, Diniz não poupou elogios à atuação do jovem atacante contra o Atlético Nacional. E o comparou com estrelas do mais alto escalão do futebol mundial.
– Foi uma atuação iluminada, que acontece com grandes jogadores de futebol. Estamos acostumados a ver isso com Messi, com Cristiano Ronaldo. Então, não é comum. Tem que comemorar mesmo.
*Extra