A polícia divulgou nesta quarta-feira (24) detalhes sobre prisão de Tamirys Adriny de Oliveira Silva, de 27 anos, conhecida como “Camaleoa do Amor”, que aplicava golpes em executivo do Distrito Industrial. A prisão ocorreu na quinta-feira (23) na padaria onde ela trabalhava, localizada no bairro Japiim, zona Sul de Manaus.
O delegado Cícero Túlio informou que a “Camaleoa” conseguiu mais de R$ 130 mil, prejudicando pelo menos cinco vítimas. A investigação, que durou aproximadamente seis meses, revelou o modus operandi da mulher.
O golpe era executado em duas fases. Na primeira, Tamirys abordava os alvos por meio de redes sociais e sites de relacionamentos, prometendo relacionamentos amorosos e solicitando dinheiro aos homens.
“Ela se aproximava das vítimas, prometendo manter um relacionamento amoroso com elas […] Mesmo sem contato físico, pedia recursos financeiros alegando a necessidade de realizar uma primeira cirurgia e, posteriormente, solicitava mais dinheiro, citando complicações decorrentes da cirurgia”, explicou o delegado Cícero Túlio.
Quando as vítimas começavam a desconfiar, ela passava para a segunda fase do golpe. Nesse estágio, consumava o ato sexual e, em seguida, fingia ter contraído uma bactéria mortal devido à relação.
“Ela ia até a casa das vítimas. No momento do ato sexual, alegava fortes dores e dizia ter sido contaminada por uma bactéria mortal, supostamente transmitida pela vítima. Passava então a exigir grandes quantias para procedimentos médicos relacionados a essa bactéria e conseguia arrecadar quantias significativas”, detalhou o delegado.
A “Camaleoa do Amor” foi descoberta quando uma das vítimas ouviu outros homens comentando, em uma confraternização da empresa, que também foram vítimas do golpe. Essa pessoa procurou a delegacia, e a partir daí, outras vítimas registraram o caso. A polícia acredita que há mais vítimas e espera receber mais denúncias com a divulgação do caso.
O delegado também revelou que Tamirys já possui antecedentes por estelionato, relacionados à venda de colchões e aluguel de imóveis.
“Ela já realizava alguns tipos de golpes de outras modalidades, como eu disse, na qualidade de vendedora de colchões e realizando também golpes relacionados a aluguel de imóveis já há algum tempo. Em relação a essa prática aí do estelionato afetivo, também chamado como estelionato do amor, a gente apurou que há pelo menos seis meses ela vinha praticando esses golpes”, ressaltou Cícero.
A polícia investigará se a padaria onde Tamirys trabalha, pertencente à sua família, está sendo utilizada para lavar o dinheiro obtido por meio dos golpes.
“Estamos investigando se essa padaria não seria uma forma de lavagem de dinheiro decorrente das práticas criminosas realizadas por Tamirys. Até o momento, acreditamos que seja de familiares dela, mas é objeto de investigação para determinar se não está relacionada à lavagem de dinheiro proveniente dessas práticas criminosas”.
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