O presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia (DEM-RJ), em entrevista publicada, nesta sexta-feira (26), no site Buzzfeed, disse o presidente Bolsonaro já sabe que para conseguir votos no Congresso é preciso fazer política. Maia também fez diversas críticas aos filhos de Jair Bolsonaro e disse que o vereador Carlos (PSC-RJ) é um “doido” e “radical” e que o deputado federal Eduardo (PSL-SP) é “deslumbrado”.
Maia disse que Carlos é um dos filhos mais ligados ao pai e que os ataques dele na redes sociais parecem ser estratégia do próprio presidente Jair Bolsonaro.
As postagens feitas por Carlos, há um mês, contra o presidente da Câmara abriram uma crise entre Legislativo e o Executivo e dificultaram os primeiros passos da tramitação da reforma da Previdência. Apesar disso, Maia disse acreditar que a ficha do presidente Bolsonaro caiu e que ele sabe que é preciso fazer política para conseguir votos no Congresso. Maia afirmou que o governo está longe dos votos necessários para mudar os sistema de aposentadorias do país, mas que as articulações melhoraram nas ultimas semanas. Ele elogiou os esforços do ministro-chefe da Casa Civil, Onyx Lorenzoni, mas criticou o líder do governo na Câmara, Vitor Hugo (PSL-BA), que ele se referiu “dá até dó”.
Ainda segundo Maia, a preocupação dos deputados é o que vai acontecer depois de darem R$ 1 trilhão ao presidente.
Estratégia de Lorenzoni
A suposta proposta de Lorenzoni foi publicada pelo jornal Folha de São Paulo e teria surgido num encontro, na semana passada, na casa do próprio presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia (DEM-RJ). Ela eleva em 65% manejo do Orçamento por congressistas para obras e investimentos de infraestrutura em seus redutos eleitorais.
Ainda segundo a matéria, as fontes dos recursos mencionados por Lorenzoni não foram esclarecidas, mas permitiria um acréscimo de R$ 10 milhões aos R$ 15,4 milhões em emendas que os deputados têm direito. O jornal também destacou que os partidos procurados foram DEM, PP, PSD, PR, PRB e Solidariedade – integrantes do chamado “Centrão”.
O ministro-chefe da Casa Civil, Onyx Lorenzoni (DEM-RS), ofereceu R$ 40 milhões em recursos extras, repassados por emendas parlamentares até 2022, para que deputados votem a favor da Reforma da Previdência, segundo informações do jornal Folha de S. Paulo.