O Rio Negro, que recentemente castigou Manaus com a pior seca em mais de 120 anos de medição, agora apresenta uma tímida, mas significativa, elevação nas águas. Em apenas uma semana, o nível do rio subiu 69 centímetros, conforme dados do Porto da capital. Na última sexta-feira (24), o nível alcançou 13,65 metros.
A seca histórica deste ano teve sérias repercussões, isolando comunidades rurais, fechando escolas e transformando a paisagem urbana. Agora, a elevação das águas traz um alívio gradual para a região.
Foram mais de 130 dias de vazante, e somente em outubro o rio começou a demonstrar uma tímida recuperação. No entanto, um fenômeno conhecido como “repiquete”, caracterizado pelo movimento oscilante das águas, retardou a retomada do nível do rio.
A mudança no cenário ocorreu no último sábado (18), quando o Porto passou a registrar uma elevação nas águas. Os números revelam o progresso diário desde então:
- 2 cm no dia 18 de novembro;
- 5 cm no dia 19 de novembro;
- 8 cm no dia 20 de novembro;
- 9 cm no dia 21 de novembro;
- 13 cm no dia 22 de novembro;
- 14 cm no dia 23 de novembro;
- 18 cm no dia 24 de novembro.
Além de Manaus, a cidade de Barcelos, também banhada pelo Rio Negro, registrou um aumento de 4 centímetros nos últimos cinco dias.
Com a elevação das águas, a rota de navios cargueiros, que havia sido interrompida devido à seca severa, foi retomada. Essas embarcações desempenham um papel crucial no abastecimento da Zona Franca de Manaus com matérias-primas essenciais para a produção industrial em diversos segmentos do Polo Industrial.
Acredita-se que as chuvas nas regiões do Alto Solimões e Alto Rio Negro tenham contribuído para a elevação das águas. No entanto, as previsões indicam que as tempestades podem ser menos intensas neste ano devido aos efeitos do El Niño, que aquece o Atlântico Tropical Norte e eleva as temperaturas. Este fenômeno deve persistir até abril do próximo ano, segundo as projeções meteorológicas.
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