O rio Negro, um dos principais rios da região amazônica, voltou a registrar uma redução em seu nível após passar por um período de estabilização. No dia 27 de outubro, a régua do Porto de Manaus marcou um nível de 12 metros e 70 centímetros. Nos dias seguintes, houve um aumento gradual, com médias diárias variando entre 6 cm, 7 cm e até 8 cm. No entanto, nesta quinta-feira (16), o rio registrou uma cota de 12 metros e 96 centímetros, indicando uma nova descida das águas.
Esse fenômeno de descida das águas após um período de crescimento é conhecido como repiquete. Segundo pesquisadores do Serviço Geológico do Brasil – Companhia de Recursos Minerais (SGB-CPRM), essa oscilação no comportamento do rio é comum na fase final da vazante. Isso se deve ao volume de água que está chegando ao rio, influenciado pelo rio Solimões e também pelas chuvas provenientes da Cordilheira dos Andes, na costa oeste da América do Sul.
O rio Negro é diretamente influenciado pelo rio Solimões, uma vez que ambos se encontram para formar o rio Amazonas. Além disso, o volume de água do rio Negro também depende das chuvas vindas da Cordilheira dos Andes. As águas da região amazônica são abastecidas tanto pelas chuvas locais quanto pelas chuvas que se originam na Cordilheira dos Andes e se deslocam pela América do Sul. Essas chuvas são fundamentais para a manutenção do ecossistema e também para o equilíbrio dos rios da região.
Com base em um gráfico disponibilizado pelo SGB-CPRM, utilizando dados da Administração Oceânica e Atmosférica Nacional (NOAA), pode-se observar que a estação de Tabatinga, um município distante 1.108 quilômetros em linha reta de Manaus, registrou um acumulado de 52,1 milímetros de chuva entre os dias 7 e 23 de novembro. Essas chuvas contribuem para o aumento do volume de água do rio Negro e podem influenciar em suas oscilações de nível.
O rio Negro é um importante componente do ecossistema amazônico, e suas variações de nível são influenciadas por diversos fatores, como o rio Solimões e as chuvas provenientes da Cordilheira dos Andes. O fenômeno do repiquete, que ocorre após um período de crescimento das águas, é comum nessa região e faz parte do ciclo natural dos rios amazônicos. Acompanhar e compreender essas variações é fundamental para entender a dinâmica do rio Negro e sua importância para o equilíbrio do ecossistema amazônico.
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