O Congresso Nacional deve receber, nesta semana, dois projetos cruciais do governo Bolsonaro. O Executivo se comprometeu a enviar aos parlamentares o pacote anticrime do Ministério da Justiça e Segurança Pública na terça-feira (19) e, no dia seguinte, a proposta de emenda à Constituição (PEC) da reforma da Previdência.
A chegada dos dois textos à Câmara, por onde começarão a tramitar, marcará apenas o início das discussões no Legislativo. Isso acontece no momento em que o governo enfrenta sua pior crise, com a iminência de demissão do ministro da Secretaria-Geral da Presidência, Gustavo Bebianno, chamado de mentiroso pelo vereador Carlos Bolsonaro (PSC), filho do presidente Jair Bolsonaro.
A saída de Bebianno é dada como certa, mas, ao contrário do que se previa, não foi publicada na edição desta manhã do Diário Oficial da União. Como Bebianno tem aliados no ministério e mesmo na bancada do PSL no Congresso, a expectativa é por eventual contaminação da pauta legislativa.
O presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), estimou na semana passada que a reforma da Previdência deverá ser votada em cerca de quatro meses. “Se olharmos a tramitação da proposta do ex-presidente Temer, mais ou menos no mesmo prazo, vai dar ali no início de junho”, calculou Maia na semana passada em um encontro com o governador do Piauí, Wellington Dias (PT-PI). Maia tem intensificado a agenda de encontros com governadores para “construir um consenso”, segundo tem declarado.
Para começar a costurar apoios aos projetos, o presidenteJair Bolsonaro terá um encontro nesta semana com os parlamentares do PSL e outro com os líderes partidários da Câmara.
Apesar das vitórias nas primeiras votações do ano, a base bolsonarista no Legislativo vive problemas internos. O líder do governo na Câmara, deputado Major Vitor Hugo (PSL-GO), luta contra a desconfiança de colegas do próprio PSL e dos líderes de outras legendas, alguns dos quais ainda desejam que ele seja substituído.
O próprio PSL, envolto em uma crise que chegou ao ministério, tem uma relação turbulenta com a base que reelegeu Maia à frente da Câmara, bloco do qual o partido de Bolsonaro faz parte. “Nós ainda estamos esperando um pedido de casamento do PSL, mas ainda não sabemos a quem a gente deve se dirigir lá dentro”, disse ao Congresso em Foco um dos líderes do bloco governista.
Fonte: Congresso em Foco