O novo inquilino do 4.º andar do Palácio do Planalto, onde está localizada a Secretaria-Geral da Presidência do Brasil, é o general na reserva Floriano Peixoto, nomeado para substituir Gustavo Bebianno. A promoção de Peixoto representa uma vitória da facção militar, que ganha cada vez mais espaço no Governo de Jair Bolsonaro.
Entre os quatro ministérios sedeados no edifício da Presidência – e que, por isso, estão no centro das decisões executivas – três passam a partir de agora a ter generais como titulares e, em todo o Executivo, são oito militares a chefiar ministérios.
Em diversas ocasiões ao longo da sua carreira militar, Peixoto cruzou-se com vários dos outros generais de maior destaque que hoje integram o Governo do Presidente Bolsonaro. Nascido na cidade de Tombos, em Minas Gerais, Floriano Peixoto iniciou a formação na Academia Militar das Agulhas Negras (AMAN), no Rio de Janeiro, em 1973, tal como o Presidente.
Entre os ex-graduados da AMAN no Governo estão também o vice-presidente, Hamilton Mourão, e cinco outros ministros, incluindo o titular do Gabinete de Segurança Institucional, Augusto Heleno, considerado o líder da facção militar na Administração.
Peixoto desempenhou várias funções de relevo no Exército, incluindo uma passagem pela Academia de West Point, nos EUA, como instrutor, e na missão da ONU no Haiti, onde se cruzou com Heleno e outros membros do Governo. O general era o comandante da missão de capacetes azuis em Janeiro de 2009, quando o Haiti foi atingido por um grande sismo que deixou mais de cem mil mortos.
Substituto de Bebianno em ministério é da 'turma do Haiti', que amplia seu espaço https://t.co/t6EAOgVGJ9
— Folha de S.Paulo (@folha) February 19, 2019
Nos dias que antecederam a demissão de Bebianno, o nome de Peixoto, que era o “número dois” do ministério, já circulava como a hipótese mais provável para lhe suceder. Porém, o facto de ser um general de três estrelas gerou algum desconforto na esfera militar. Ao chefiar a Secretaria-Geral, Peixoto fica num posto hierarquicamente superior a um general de quatro estrelas, Maynard Santa Rosa, que integra o mesmo ministério. A contradição entre as hierarquias civil e militar parece ter sido superada.
Fonte: Publico