Centenas de pessoas saíram às ruas de Roterdã, segunda maior cidade da Holanda, em protesto contra as restrições para conter a pandemia de covid-19. O ato terminou em violência na noite dessa sexta-feira (19), com carros incendiados e confrontos entre policiais e manifestantes.
A polícia disse ter disparado canhões de água e tiros de advertência para dispersar a multidão, e ao menos sete pessoas ficaram feridas. Até o momento, 20 pessoas foram detidas.
A polícia não comentou o estado dos feridos, mas disse que seus agentes também se feriram durante os confrontos.
A emissora holandesa NOS relatou que pelo menos um carro de polícia foi incendiado e outros sofreram danos. Policiais e bombeiros ainda foram atingidos por objetos.
Imagens compartilhadas nas redes sociais mostraram carros em chamas, destroços e lixeiras pegando fogo nas ruas e manifestantes atirando pedras e fogos de artifício contra a polícia.
Por precaução, as autoridades locais interromperam o transporte público da cidade, fecharam a estação ferroviária central e pediram que as pessoas retornassem para suas casas.
O prefeito de Roterdã, Ahmed Aboutaleb, descreveu os distúrbios como uma “orgia de violência”. Em conversa com repórteres, ele disse que os atos forçaram os agentes a “sacar uma arma de polícia para se defender”.
O partido político local Leefbar Rotterdam também condenou a violência em uma postagem no Twitter, afirmando que “o centro de nossa bonita cidade se transformou nesta noite em uma zona de guerra”.
“Roterdã é uma cidade onde você pode discordar com as coisas que acontecem, mas violência nunca, nunca é a solução”, continua a mensagem.
O protesto havia sido convocado por várias organizações em oposição a um plano do governo que visa restringir o acesso a locais fechados somente àqueles que apresentarem um comprovante de vacinação ou de recuperação da covid-19.
Na semana passada, a Holanda voltou a impor parcialmente medidas de lockdown para retardar o ressurgimento do vírus, num momento em que os números diários de infecção atingem os níveis mais altos desde o início da pandemia.
O país já havia registrado protestos violentos de negacionistas no início do ano, quando um toque de recolher foi imposto para conter a alta nos casos. Os tumultos causaram prejuízos de milhões de euros.