A PCDF confirmou que, após o docente pedir para os estudantes escreverem uma redação para falar de sexo oral e anal, o diretor da instituição de ensino e os pais registraram ocorrência na 2ª Delegacia de Polícia (Asa Norte). Na manhã desta terça-feira (19), responsáveis por estudantes disseram que o profissional, que foi contratado temporariamente pela Secretaria de Educação, deu “show de horrores” em sala de aula.
O professor Wendel Santana, 25 anos, foi desligado da unidade educacional após ensinar sobre sexo durante aula na última quarta-feira (13). Na ocasião, ele também pediu aos alunos que produzissem uma redação improvisada sobre o tema e escreveu no quadro algumas palavras inadequadas para sala de aula: “boquete”, “69”, “fio terra”, “punheta”, “dar o cu”.
Inicialmente, o crime investigado está inserido no artigo 232 do ECA, que consiste em submeter criança ou adolescente sob sua autoridade, guarda ou vigilância a vexame ou a constrangimento. A pena prevista é detenção de seis meses a dois anos. A tipificação criminal pode mudar no decorrer das apurações. As autoridades alertam que os pais devem registrar ocorrência. Em casos sensíveis como esse, a 2ª DP trabalha em conjunto com a DPCA e possui policiais treinados para colher depoimentos dos estudantes.
Segundo denúncia, as crianças fotografaram o conteúdo escrito pelo docente na lousa e gravaram áudios durante a aula. A servidora Priscilla Fava de Sousa, 38, é mãe de uma menina que estuda na mesma sala. Ela disse que a filha tem 11 anos e havia relatado anteriormente o comportamento estranho do docente.
“Sabemos que ele estava há cerca de um mês no colégio, desde que outra professora se aposentou. Segundo as crianças, um dia ele chegou a levar um texto em latim para a sala e também citou que invocaria o demônio e colocaria os nomes na boca do sapo para costurar. Ele tinha um histórico. O que ocorreu na quarta-feira foi um show de horrores”, assegurou.
Segundo a servidora, a filha dela falou que não anotou nada do que estava escrito no quadro e, quando foi à coordenação, a vice-direção não atendeu ela e as amigas. “O conteúdo era completamente inapropriado e o professor recolheu essas redações.
A Promotoria de Justiça de Defesa da Educação (Proeduc) do Ministério Público do Distrito Federal e Territórios (MPDFT) instaurará procedimento para investigar as denúncias apresentadas contra o professor temporário afastado CEF 104 Norte.
O Sindicato dos Professores do Distrito Federal (Sinpro-DF) também se posicionou sobre o ocorrido.
Nas imagens cedidas é possível ver a data da ocorrência e o tema proposto pelo educador no quadro branco. “Brasília, 13 de novembro de 2019. Objetivo: fazer o próprio currículo. Redação improvisada. Escrever sobre polidez e transformações afetivo-sexuais na adolescência (pós-infância). Sexo oral e penetração”, escreveu.
Veja as imagens: