Após ter imagens divulgadas pela Polícia Civil do Distrito Federal, o professor de catequese José Antônio Silva, de 47 anos, suspeito de abusar sexualmente de crianças de 4 a 10 anos continua foragido. Segundo o site Metrópoles, pelo menos 12 vítimas já apresentaram denúncias, na 4ª Delegacia de Polícia (Guará), contra o homem considerado “acima de qualquer suspeita”. Todas elas são familiares de José Antônio e teriam sido abusadas em um quarto da casa dos pais do suspeito. As crianças, na época, tinham entre 4 e 10 anos.
De acordo com a polícia, além de lecionar em uma paróquia no Guará, o suspeito também dava aulas de futebol em uma escolinha da cidade. Ele praticava os crimes contra menores há mais de 20 anos.
A primeira vítima identificada pelos investigadores tem, atualmente, 33 anos e seria sobrinha de José Antônio. Segundo os relatos das vítimas à polícia, a violência sexual cessava quando os menores completavam 10 anos.
O delegado adjunto da 4ª DP, Douglas Fernandes de Moura, relatou que a história veio à tona em maio deste ano, após um sobrinho, hoje com 30 anos, denunciar o catequista. “A primeira vítima compareceu à delegacia noticiando esses abusos ocorridos há algum tempo e informou que, por ser um parente, tinha medo de manchar a imagem da família. Por isso, não denunciou antes. Mas se sentiu encorajado após ver José Antônio se aproximar de seu bebê. Ficou com medo de a história se repetir”, ressaltou o investigador.
Ainda segundo a autoridade policial, José Antônio se valia da confiança que tinha dos familiares e levava as crianças para o quarto na casa dos pais, no Guará. As vítimas identificadas são, na maior parte, sobrinhos do catequista.
“Ele falava que mostraria desenhos, que eles jogariam videogame, e praticava os abusos, que variavam entre prática de sexo oral e penetração anal. Além disso, ejaculava na boca das crianças e dizia que aquilo era bom para elas crescerem fortes e saudáveis. Que era para eles aprenderem e, quando crescessem, praticar com as namoradas”, detalhou Douglas Moura.
O caso impressionou até mesmo os investigadores. “Muito chocante pela proximidade que ele tinha com as vítimas. Todos os policiais da delegacia, especializados na matéria de combate a abuso contra crianças, nunca tinham visto uma situação tão absurda como essa”, continuou o delegado da 4ª DP.
Das 12 vítimas até o momento identificadas, 11 são meninos e há apenas uma mulher. A delegacia tem informação de outras seis vítimas que supostamente foram abusadas por José Antônio, mas ainda não procuraram a delegacia para depor. O suspeito dava aulas de catequese na Paróquia Divino Espírito Santo, no Guará II, e também em uma escolinha de futebol.
Ainda conforme Douglas Moura, José Antônio não tinha emprego formal e nenhum histórico criminal. Revezava-se entre as atividades com as crianças e bicos de manutenção, enquanto a mulher passava o dia fora, trabalhando. “Os abusos começaram ainda quando ele morava com a mãe: levava as crianças para lá quando não havia ninguém. Depois de casado, aproveitava os momentos em que a mulher estava fora para violentar as crianças”, salientou o delegado.
Entenda o caso
Os crimes atribuídos ao professor de catequese vão além da prática de estupros contra pelo menos 20 crianças entre 4 e 10 anos de idade. Detalhes revelados pelo delegado responsável pelo caso indicam que o foragido chegou a obrigar dois irmãos a fazerem sexo oral um no outro.
Na paróquia Divino Espírito Santo, no Guará II, onde ele ensinava lições da Bíblia aos pequenos e os preparava para a primeira comunhão, o catequista era considerado uma pessoa acima de qualquer suspeita. Na visão dos paroquianos, era um homem de boa reputação e não dava indícios de ter compulsão sexual por menores. Além do trabalho no ensino religioso, ele dava aulas em uma escolinha de futebol na mesma cidade.
José Antônio passou a vida no Guará. Morou na casa da mãe até próximo de fazer 40 anos, mas mudou-se com a mulher após se casar. Segundo o delegado que apura as denúncias, ele e a esposa estiveram juntos por mais de oito anos e estavam em fase de separação, pois ela teria descoberto os supostos abusos praticados pelo marido contra crianças, entre elas, familiares.
O suspeito não tinha emprego formal e nenhum histórico criminal. Revezava-se entre as atividades com as crianças e bicos de manutenção, enquanto a mulher passava o dia fora, trabalhando. “Os abusos começaram ainda quando ele morava com a mãe: levava as crianças para lá quando não havia ninguém. Depois de casado, aproveitava os momentos em que a mulher estava fora para violentar as crianças”, descreveu o delegado.
Penetração anal
As investigações começaram há dois meses, após uma das vítimas, hoje com 30 anos de idade, denunciar os estupros que sofreu. Antes disso, outro ex-aluno de José Antônio, também já maior de 18 anos, ameaçou fazer a denúncia. Desde então, o suspeito não é mais visto. As primeiras informações davam conta de que ele teria sido abrigado por uma irmã, mas não foi encontrado no endereço dela. “A gente trabalha com a hipótese de familiares estarem acobertando. Se isso estiver ocorrendo e for comprovado, eles podem responder criminalmente”, explicou Moura.
“Ele fazia penetração anal e os obrigava a fazer sexo oral. Chegou ao ponto de obrigar dois irmãos a fazerem sexo oral um no outro. Como os abusos aconteciam na presença de mais de uma criança, um acabou sendo testemunha da outra”, comentou a autoridade policial.
Quebra-cabeças de crianças nuas
A polícia tenta encontrar fotos e vídeos que José Antônio teria gravado enquanto praticava os estupros. Uma das vítimas contou, em depoimento, que o acusado deu de presente um quebra-cabeças com fotos de crianças nuas para os meninos. “Não encontramos essas imagens. Se ele as tinha, ocultou ou destruiu”, disse o investigador.
Os crimes de pedofilia atribuídos ao professor datam de 25 anos atrás. A vítima mais recente, no entanto, um menino de 4 anos, teria sido violentado em dezembro de 2018. Com a divulgação do caso, a PCDF acredita que mais pessoas busquem a unidade policial nos próximos dias. José Antônio é investigado por estupro de vulnerável.
Diretor do colégio Rogacionista, instituição de ensino da mesma congregação da Igreja Divino Espírito Santo, o padre Marcos De Ávila disse que José Antônio não atua mais como catequista da paróquia. “Fiquei chocado com a notícia. Muito triste e terrível esta conduta. Não tínhamos nenhum conhecimento sobre os fatos”, afirmou.