Desde a última sexta-feira (28), o Programa Estadual de Proteção e Orientação ao Consumidor (Procon-AM) tem realizado fiscalizações em farmácias de várias zonas de Manaus, onde tem faltado itens como máscara cirúrgica e álcool em gel, cuja procura aumentou significativamente desde a confirmação do primeiro caso de pessoa infectada pelo novo coronavírus (Covid-19) no Brasil e posteriormente da confirmação dos três casos suspeitos no Amazonas.
Até ontem (4), foi constatada a falta de máscaras em 43 estabelecimentos da capital amazonense, enquanto o álcool em gel segue em estoque reduzido. A ação seguirá pelos próximos dias para verificar se as farmácias receberão novas remessas do produto.
A fiscalização constatou, também, que não tem tido nenhuma variação anormal no preço das máscaras cirúrgicas e do álcool em gel. Conforme o diretor-presidente do Procon-AM, Jalil Fraxe, as equipes do Procon-AM verificaram que os produtos seguem com os mesmos preços de um mês atrás.
“Devemos dar o equilíbrio para que a parte mais vulnerável [o consumidor] não seja prejudicada. A necessidade de percorrermos as farmácias se deu pela iminência da chegada do coronavírus e denúncias de aumento no preço dos produtos relativos à proteção da saúde. O consumidor tem direito à saúde e os estabelecimentos não podem utilizar- se deste fato para tirar vantagens manifestamente excessivas. Estamos atentos e, se necessário, iremos punir”, assegurou.
Ontem, a reportagem visitou alguns estabelecimentos da capital e constatou o estoque reduzido de frascos de álcool em gel, bem como a falta ou a venda reduzida da máscara cirúrgica.
Vale ressaltar que o uso da máscara cirúrgica, o item mais escasso, é recomendado para as pessoas que estão gripadas a fim de evitar que o vírus se espalhe, não para as que não apresentam nenhum sintoma respiratório, já havia afirmado o médico infectologista Marcus Guerra em entrevista publicada no jornal A CRÍTICA no dia 16 de fevereiro.
“Devemos adotar medidas ligadas à higiene pessoal. Lavar as mãos com água e sabão, principalmente após tocar em superfícies de uso comum. Caso esteja em um lugar onde não possa higienizar as mãos, não levá-las aos olhos, nariz e boca: portas de entrada do vírus. As pessoas que estão doentes deveriam evitar ir aos locais onde há aglomeração de pessoas para evitar a disseminação, principalmente entre o grupo de risco, crianças e idosos. Crianças deveriam, por exemplo, se afastar da escola enquanto doentes porque a sala de aula , por ser ambiente fechado, é propício para a transmissão do vírus da gripe’’, orientou ele, que é diretor-presidente da Fundação de Medicina Tropical Doutor Heitor Vieira Dourado (FMT-HVD) desde 2017.