O Ministério da Justiça da Coreia do Sul anunciou nesta segunda-feira (9) que o presidente Yoon Suk-yeol está proibido de deixar o país devido às investigações sobre a controversa imposição de lei marcial na semana passada. A decisão foi confirmada por Bae Sang-up, funcionário dos serviços de imigração, durante uma audiência parlamentar. O pedido da proibição foi apresentado pelo Gabinete de Investigação de Corrupção para Funcionários de Alto Nível (CIO), representado pelo procurador-chefe Oh Dong-woon.
Diversos órgãos de segurança, incluindo o Ministério Público e a polícia, investigam as circunstâncias em torno da declaração de lei marcial por Yoon, que gerou acusações de traição, rebelião e abuso de poder. O principal partido da oposição, o Partido Democrático (PD), classificou a medida como um “golpe inconstitucional” e apresentou queixas contra Yoon e outras oito pessoas, incluindo o ex-ministro da Defesa Kim Yong-hyun.
Kim foi detido no último domingo sob a acusação de ter recomendado a imposição da lei marcial. Embora o presidente tenha imunidade judicial durante o mandato, as denúncias de traição e rebelião são exceções previstas na legislação sul-coreana.
A crise política se intensificou com o boicote do Partido Popular do Povo (PPP), que impediu a aprovação de uma moção de destituição contra Yoon no Parlamento no sábado (7), alegando falta de quórum. Em troca, o PPP garantiu um acordo para que o presidente se retire do cargo e transfira a condução do governo ao partido e ao primeiro-ministro.
Entretanto, a oposição criticou severamente o acordo, classificando-o como uma “violação constitucional” e um “golpe de Estado silencioso”. O presidente do Parlamento, Won Woo-shik, condenou o pacto, e o professor Kim Hae-won, especialista em direito constitucional, reforçou que a medida compromete a ordem democrática do país.
O Partido Democrático anunciou que tentará novamente destituir Yoon em 14 de dezembro, em meio a uma crescente pressão política. A lei marcial, decretada em 3 de dezembro, foi suspensa apenas seis horas depois, mas seus desdobramentos continuam abalando a estabilidade política da Coreia do Sul.
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