O ex-presidente sul-coreano Yoon Suk Yeol foi detido nesta quarta-feira (14) para prestar declarações no âmbito de uma investigação sobre a imposição de lei marcial em dezembro do ano passado. Segundo o Gabinete de Investigação da Corrupção (CIO), Suk Yeol optou por exercer seu direito de permanecer em silêncio durante o processo.
O CIO informou que o mandado de detenção contra o ex-chefe de Estado foi executado às 10h33 (22h33 de terça-feira no horário de Brasília). Esta é a primeira vez que um presidente em exercício na Coreia do Sul é detido.
Após uma tentativa inicial frustrada de detenção em janeiro, agentes do CIO, com o apoio de forças policiais, realizaram uma operação em grande escala na residência presidencial localizada em um bairro nobre de Seul. Yoon Suk Yeol, que havia permanecido recluso nas últimas semanas, gravou uma mensagem de vídeo antes da operação, afirmando ter decidido submeter-se ao interrogatório.
“Concordei em responder ao Gabinete de Investigação da Corrupção para evitar qualquer infeliz derramamento de sangue”, declarou Suk Yeol no vídeo. Ele também afirmou não reconhecer a legalidade da investigação.
Contexto da Investigação
Yoon Suk Yeol é investigado sob acusação de rebelião, após ter declarado lei marcial no dia 3 de dezembro de 2024. A medida, que ele justificou como necessária para proteger o país de “forças comunistas norte-coreanas” e “eliminar elementos hostis ao Estado”, foi amplamente criticada e comparada aos períodos de regime militar na Coreia do Sul.
A Assembleia Nacional rejeitou a lei marcial poucos dias após sua declaração, em meio a pressões de parlamentares e manifestações populares. Suk Yeol revogou a medida em resposta a essas pressões, mas o caso seguiu sendo investigado pelas autoridades.
O mandado de detenção emitido pelo CIO autoriza a custódia de Suk Yeol por até 48 horas. Caso seja necessário, os investigadores precisarão solicitar um novo mandado para estender o período de detenção.
Em uma tentativa inicial de detê-lo, no início de janeiro, agentes do CIO foram impedidos de cumprir o mandado pelos serviços de segurança presidencial. Na operação desta quarta-feira, as autoridades informaram que quaisquer tentativas de obstrução resultariam em prisões.
Suk Yeol foi suspenso do cargo pela Assembleia Nacional no decorrer das investigações, tornando-se o primeiro presidente sul-coreano a enfrentar tal situação enquanto ainda ocupava o posto.
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