A Prefeitura de Manaus realizou a castração de 212 gatos no bairro Santo Antônio, zona Oeste, com o objetivo de combater a transmissão da esporotricose na cidade. A Secretaria Municipal de Saúde (Semsa), por meio do Centro de Controle de Zoonoses (CCZ) Dr. Carlos Durand, deu início à ação na última segunda-feira, 25/7, e encerrou os atendimentos nesta sexta-feira, dia 29.
“O bairro Santo Antônio recebeu a ação por conta da alta incidência da doença na região, disseminada principalmente pelos felinos. Um levantamento da Semsa, iniciado no final de junho, identificou o quantitativo de gatos nas residências do bairro, com intuito de localizar casos suspeitos e disponibilizar vagas para a castração”, destacou o secretário municipal de Saúde, Djalma Coelho.
O chefe do Núcleo de Vigilância de Zoonoses da Semsa, Jhonata Cavalcante, explicou que a esporotricose animal é transmitida por um fungo que fica naturalmente no solo, do gênero Sporothrix, e ocasiona o surgimento de feridas, principalmente na região do focinho e patas dos animais. A doença também pode ser transmitida para os seres humanos.
“A castração é uma das principais formas para quebrar a cadeia de transmissão da doença, para evitar que o animal saia de casa para procriar e ter contato com outros animais infectados”, informou Cavalcante.
A ação foi realizada por meio da Unidade Móvel do CCZ, instalada no estacionamento do Estádio Ismael Benigno, na avenida Presidente Dutra, nº 183, no bairro São Raimundo, zona Oeste. No local, de acordo com Jhonata, também foram oferecidos serviços de vacinação antirrábica e educação em saúde.
Moradora do bairro Santo Antônio, a comerciante Laís Nobre foi contemplada com a ação da Semsa. O gato dela foi castrado e ela entendeu a importância que o controle populacional desempenha no combate à doença. “Ele foi abandonado na rua da minha casa, então, eu decidi adotá-lo e o trouxe aqui hoje para realizar a castração. Vai evitar que ele tenha mais filhotes, que tenha mais animais na rua, e também impedir que essa doença se espalhe”, disse.
Casos
Manaus já registrou 160 casos de esporotricose humana desde 2020, além de 240 casos de esporotricose animal, sendo a maioria na população felina. Os sintomas iniciais em humanos são lesões parecidas com uma picada de inseto, e o tratamento, na maioria dos casos, pode ser feito com administração de antifúngico, sob orientação do médico ou veterinário.
A doença pode ser transmitida, tanto aos animais quanto às pessoas, pelo contato com materiais contaminados, como casca de árvores, palha, farpas, espinhos ou terra. O animal contaminado pode transmitir aos seres humanos por meio de arranhões, mordidas ou contato com a pele lesionada.
Mais informações sobre esporotricose animal podem ser obtidas pelo Disque-Saúde (0800 – 280 – 8 – 280), de segunda a sexta-feira, das 8h às 12h e das 13h às 17h, no WhatsApp 98842-8484 (esporotricose), ou pelo e-mail cczcidadao@pmm.am.gov.br. Para pacientes com suspeita de esporotricose humana, a Semsa disponibiliza atendimento médico em oito unidades de saúde de referência.
Unidades para o atendimento de esporotricose humana
Disa Norte
Clínica da Família Carlson Gracie – avenida Curaçao, s/nº, Nova Cidade.
UBS Armando Mendes – rua Aragarças, s/nº, conjunto Manoa, Cidade Nova. (Policlínica de Referência –Dr. José Antônio da Silva);
Disa Sul
Clínica da Família Dr. Antônio Reis – rua Escandinávia, São Lázaro (Policlínica de Referência Castelo Branco);
Disa Leste
Clínica da Família Severiano Nunes – rua das Dálias, s/nº, Jorge Teixeira;
UBS Luiza do Carmo – avenida Ministro Mário Andreazza, 5.585, Vila da Felicidade. (Policlínica de Referência Dr. Antônio Comte Telles);
Disa Oeste
UBS Vila da Prata – rua Gusmania, s/nº, conjunto Ajuricaba, bairro Alvorada;
UBS Santo Antônio – rua Promécio, s/nº, Vila da Prata;
UBS Ajuricaba – rua Lauro Bittencourt, s/nº, Santo Antônio. (Policlínica de Referência Djalma Batista)