O preço dos ovos de galinha registrou um aumento de até 40% desde a segunda quinzena de janeiro, segundo dados divulgados pela Associação Brasileira de Supermercados (Abras) nesta terça-feira (11/2). De acordo com a instituição, a alta nos preços desse alimento específico é resultado de uma combinação entre demanda elevada e oferta limitada.
Marcio Milan, vice-presidente da Abras, explicou que as empresas iniciaram o planejamento de abastecimento para atender à demanda sazonal da Quaresma, período em que o consumo de ovos tradicionalmente aumenta. No entanto, a restrição na oferta e os sucessivos reajustes nos preços têm preocupado os supermercados. Além disso, o consumidor tem optado mais por ovos de galinha devido ao encarecimento de outras proteínas, como carnes.
A Abras também destacou que os consumidores estão enfrentando uma redução no peso médio dos ovos. Essa mudança ocorreu após a entrada em vigor da Portaria SDA nº 1.179, da Secretaria de Defesa Agropecuária do Ministério da Agricultura e Pecuária, em 6 de setembro de 2024. A nova classificação para os ovos estabelecida pela portaria reduziu o peso médio do produto em quase 10 gramas, o que também contribui para o aumento do custo relativo.
Enquanto isso, o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), que mede a inflação oficial no Brasil, registrou uma taxa de 0,16% em janeiro, conforme dados divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) nesta terça-feira (11/2). Esse é o menor índice para o mês de janeiro em 31 anos.
O IPCA, calculado desde 1979, é considerado o termômetro oficial da inflação e é utilizado pelo Banco Central para ajustar a taxa básica de juros, a Selic. O índice mede a variação mensal dos preços de uma cesta de produtos e serviços, comparando-os com o mês anterior. A diferença entre os valores representa a inflação do período observado.
Alimentos continuam pressionando a inflação
Apesar da desaceleração geral da inflação, o grupo de alimentos segue pressionando o índice para cima. Em janeiro, os preços dos alimentos subiram 0,96%, marcando a quinta alta consecutiva. Enquanto isso, o grupo de energia elétrica registrou recuo de 14,21%, ajudando a equilibrar o índice geral.
O IPCA abrange preços de diversas categorias, como transporte, alimentação e bebidas, habitação, saúde, educação, comunicação e vestuário, entre outros, e tem como objetivo refletir o custo de vida e o poder de compra dos brasileiros que vivem em áreas urbanas.
A alta nos preços dos ovos e de outros alimentos ocorre em um momento em que o consumidor brasileiro enfrenta desafios relacionados ao aumento do custo de vida. A inflação acumulada em 12 meses, embora tenha desacelerado, ainda preocupa, especialmente em setores essenciais como alimentação. Enquanto passagens aéreas subiram 10,42% em janeiro, consolidando-se como um dos principais vilões da inflação no período, os alimentos continuam a ser um dos grupos que mais impactam o bolso do consumidor.
A Abras reforça a necessidade de atenção aos fatores que influenciam a oferta e a demanda de produtos essenciais, como os ovos, para evitar pressões adicionais sobre os preços no curto prazo.
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