A Polícia Civil do Amazonas, por meio da equipe de investigação da Delegacia Interativa de Polícia (DIP) de Coari, sob o comando do delegado José Afonso Barradas, titular da unidade policial, em conjunto com policiais militares do 5° Batalhão de Polícia Militar (BPM) daquele município, distante 363 quilômetros em linha reta da capital, deflagrou no lugar, na madrugada de quarta-feira (13/03), às 5h, ação policial que resultou nas apreensões de armas, munições, drogas e uma lancha, pertencentes à quadrilha de “piratas” que atua nos rios do Estado.
De acordo com a autoridade policial, as equipes policiais receberam informações de que em uma comunidade no rio Copeá, uma quadrilha, comandada pelo traficante Sidnei Rodrigues Moriz, conhecido como “Sid”, mantinha no local armamentos, drogas e lanchas, sob a guarda de “piratas” da confiança dele, conhecidos como “Edinho”, “Pretinho”, e “Zulu”.
A operação, iniciada às 5h, seguiu até as 19h de ontem, quando os policiais chegaram ao local indicado e encontraram “Zulu”, que conseguiu empreender fuga entrando em uma mata, deixando para trás uma mochila onde foram encontradas porções de drogas e uma pistola da marca Taurus de calibre ponto 40, pertencente ao patrimônio da Polícia Militar do Amazonas (PMAM), além de R$ 4.023 em espécie.
“Na mata de várzea, em frente ao flutuante onde ‘Zulu’ estava, encontramos uma caixa com dois rifles, sendo um calibre 38 e outro 44, quatro pistolas de calibres distintos, munições de calibres distintos, além de porções de maconha. Apreendemos, ainda, uma lancha equipada com motor 150HP, da marca Suzuki, em uma mata de igapó, nas proximidades do local”, relatou Barradas.
Em outro flutuante, os policiais encontraram bancos que seriam da lancha apreendida, uma espingarda calibre 16, dois cartuchos do mesmo calibre, duas balanças de precisão, televisões, caixas de som, gândolas camufladas, recipientes de combustível e três botijões de gás. “Este local servia como ponto de encontro dos piratas, onde eles escondiam os materiais oriundos de práticas ilícitas e recebiam apoio logístico”, disse o delegado.
Testemunhas informaram aos policiais que “Sid” esteve no local algumas vezes, levando, inclusive, os dois barcos dele. Essas mesmas pessoas afirmaram, ainda, que “Edinho” e “Pretinho” teriam saído do lugar há cerca de cinco dias, em uma lancha, para roubarem garimpeiros no rio Jutaí.
Prejuízo – Para o delegado Barradas, a apreensão representa um duro golpe na quadrilha de “Sid”, que, no mês passado, teve grande quantidade de armas e drogas apreendidas. “Grande parte desse armamento a polícia já tinha conhecimento, por meio de vídeos e fotos que membros do grupo de ‘Sid’ gravavam em ações criminosas nos rios. Todas as pistolas mostradas nos vídeos foram apreendidas, restando somente um fuzil AK-47, calibre 7.62, em posse dos infratores”, disse.
Segundo o comandante do 5° BPM, major Pedro Moreira, que também acompanhou as diligências, em 2018 diversos moradores fizeram protestos junto à Colônia de Pescadores Profissionais e Artesanais de Coari, para reclamar das ações das quadrilhas de “piratas”, que não estavam se limitando apenas a abordar traficantes, mas também, a roubar gêneros alimentícios, pescados e produtos agrícolas produzidos pelos ribeirinhos.
“O resultado da operação policial mostra a forte interação entre as Polícias Civil e Militar no município de Coari, que reflete o intenso combate às quadrilhas de tráfico de drogas e a pirataria de rio. Certamente essas apreensões representam um grande golpe para a quadrilha, que aterrorizava os moradores do rio Copeá”, concluiu o major.
Disque-Denúncia – Todos os itens apreendidos na operação foram levados à Delegacia Interativa de Polícia (DIP) de Coari, onde irão permanecer à disposição da Justiça. Os policiais colheram dados dos envolvidos e as investigações deverão continuar a cargo da Polícia Civil. O delegado pede às pessoas que possam colaborar com informações sobre as investigações em curso na unidade policial, para entrarem em contato com os policiais civis pelo número (97) 3561-3124, o disque-denúncia da DIP em Coari. “Asseguramos o sigilo da identidade dos informantes”, garantiu Barradas.