Policiais da Delegacia de Homicídios (DH) da Capital vasculharam, nesta sexta-feira, vários pontos do mar da Barra da Tijuca em busca da submetralhadora HK MP5 usada no assassinato da vereadora Marielle Franco (PSOL) e do motorista Anderson Gomes. De acordo com denúncia anômima que chegou à DH, a arma do crime e outros tipos de armamento foram lançados num quadrante do Quebra-Mar, no último dia 14. As buscas vão continuar na próxima segunda-feira, com a ajuda da Marinha. Os militares vão emprestar embarcações e equipamentos mais sofisticados, como detectores de metal.
Os investigadores desconfiam que a submetralhadora estava escondida em caixas retiradas, às pressas, de um apartamento usado pelo suspeito do crime, o tenente reformado da PM, Ronnie Lessa, no Pechincha, na Zona Oeste do Rio. Testemunhas viram suspeitos retirando várias caixas do imóvel, minutos antes de a polícia chegar ao local, no mesmo dia do descarte das armas no mar. A DH investiga a possibilidade de ter ocorrido um vazamento na Operação Lume que, mesmo assim, culminou nas prisões de Lessa e do ex-PM Élcio Vieira Queiroz acusados da morte da parlamentar e do motorista. Os dois estão na penitenciária de segurança máxima Bangu 1, mas aguardam a transferência para o Presídio Federal de Mossoró, no Rio Grande do Norte.
No apartamento do Pechincha, policiais da DH e as promotoras do Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco) do Ministério Público do Rio encontraram uma mesa para a montagem de armas, chamada de torno. O imóvel fica no mesmo condomínio da sogra de Lessa. Além da mesa para montar o armamento, havia jornal espalhado pelo chão. Investigadores acham que havia algo “valioso” escondido por lá, no caso, a submetralhadora usada no crime. A desconfiança aumentou mais ainda depois de a polícia receber a denúncia sobre uma lancha lançando as caixas – semelhantes as encontradas em outro apartamento vistoriado pela polícia, no Méier, na Zona Norte, do Rio – no Quebra-Mar.
Nas buscas ao imóvel do Méier, a polícia e o MP do Rio encontraram 117 fuzis incompletos distribuídos em várias caixas. Alexandre Mota Souza foi preso no local e alegou que não sabia que havia armas no apartamento. Ele também está preso em Bangu 1.
A polícia de ser suspeito da morte de Marielle e Anderson, Lessa é investigado por tráfico internacional de armas.