A Polícia Civil ouviu mais de 10 testemunhas na investigação do ataque à creche em Saudades , no Oeste de Santa Catarina até a última quinta-feira, 06, e pretende colher o depoimento do autor do crime, Fabiano Kipper Mai, 18, assim que o estado de saúde dele melhorar para descobrir a motivação do crime. As informações são do G1.
Fabiano está internado na Unidade de Terapia Intensiva (UTI) do Hospital Regional do Oeste, em Chapecó, a cerca de 60 quilômetros de Saudades e sob custódia policial. Segundo o boletim médico da noite da última quinta-feira, 06, ele passou por duas cirurgias com procedimentos no pescoço, tórax, abdômen e pernas e está se recuperando. A previsão é a de que receba alta nos próximos dias.
Após o ataque à creche com um facão, que matou três crianças e duas funcionárias, ele deu vários golpes contra o próprio corpo e foi socorrido em estado gravíssimo.
Na manhã da terça-feira, 04, armado com um facão, Fabiano invadiu o Centro de Educação Infantil (CEI) Pró-Infância Aquarela, em Saudades (SC), que atende crianças de 6 meses a 2 anos de idade, a 600 quilômetros de Florianópolis. Ele matou a professora Keli Adriane Aniecevski, 30, a agente educacional Mirla Renner, 20, e três crianças: Sarah Luiza Mahle Sehn, de 1 ano e 7 meses, Murilo Massing, de 1 ano e 9 meses e Anna Bela Fernandes de Barros, de 1 ano e 8 meses. Além deles, um outro bebê também ficou ferido, mas foi socorrido e se recupera bem.
Investigações
Segundo a Polícia Civil, dois computadores e um pen drive encontrados na casa do assassino estão sendo analisados, com autorização obtida pela Justiça na quarta-feira, 05. A investigação busca e-mails, troca de mensagens e possíveis interações que Fabiano possa ter tido em redes sociais e fóruns.
Uma arma apreendida no local do crime passa por perícia no Instituto Geral de Perícias (IGP).
Na casa de Fabiano também foi encontrado R$ 11 mil em espécie e duas embalagens de facas novas. A indicação é de que o dinheiro era de salários que o assassino guardava. Ele trabalha em uma empresa de produção de roupas.
Segundo a polícia, ninguém da família suspeitava que ele planejava o crime. Fabiano Kipper Mai não tinha antecedentes criminais e era descrito como quieto pela comunidade. “Pais e irmã disseram que ele era mais quietão , não saía com ninguém, não tinha celular. Tinha se afastado dos poucos amigos”, contou o delegado Jerônimo Marçal Ferreira.
Na quarta-feira, o Ferreira confirmou que o autor do crime será indiciado por cinco homicídios triplamente qualificados e uma tentativa de homicídio contra a criança ferida. As qualificadoras dos crimes são motivo torpe, utilização de recurso que impossibilitou a defesa das vítimas e a utilização de meio cruel. No mesmo dia, a Justiça negou o pedido de exame de sanidade mental de Fabiano por considerar o atual estado de saúde dele.
Após manifestação do Ministério Público de Santa Catarina (MPSC), a Justiça catarinense decretou a conversão da prisão flagrante em preventiva.