A Polícia Federal deflagrou nesta terça-feira a Operação Papel Carbono, mirando um suposto doleiro responsável por gerir um esquema de operações de câmbio não autorizadas. As investigações apontam para a prática de “câmbio paralelo” e “dólar-cabo”, movimentando ilegalmente cerca de US$ 114 milhões de dólares.
Trinta policiais federais foram mobilizados para o cumprimento de cinco mandados de busca e apreensão e um de prisão preventiva em Manaus/AM e São Paulo/SP. As ordens judiciais incluem o sequestro e a indisponibilidade de bens do investigado, totalizando R$ 428 milhões, e determinam a suspensão das operações da empresa envolvida e de outras 38 correspondentes cambiais.
A investigação teve início após uma abordagem no Aeroporto Internacional Eduardo Gomes, em Manaus/AM, em novembro de 2019. Na ocasião, o investigado tentou ocultar R$ 150 mil em espécie em uma mala, usando revistas e papéis carbono, possivelmente para evitar a detecção por raio-X.
Durante a apuração, descobriu-se que o doleiro realizava operações de “câmbio paralelo” e “dólar-cabo”, trocando moeda estrangeira fora dos canais oficiais, sem documentação necessária ou recolhimento de impostos. O esquema incluía também operações simuladas, onde a entrega de moeda estrangeira era registrada em nome de pessoas falecidas ou de indivíduos que não residiam nas áreas de atuação das casas de câmbio, visando ocultar a verdadeira origem e destino dos valores transacionados.
Os envolvidos enfrentam acusações de gestão fraudulenta, falsa identidade para realização de operação de câmbio, evasão de divisas e lavagem de dinheiro. As penas para os crimes identificados podem chegar a até 32 anos de reclusão. A Operação Papel Carbono reforça o compromisso da Polícia Federal em combater práticas ilegais no sistema financeiro, visando preservar a integridade do mercado de câmbio no país.
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