Uma pesquisa divulgada no final do ano passado, realizada por um cientista brasileiro e outro japonês, sugere a possibilidade da existência de um novo planeta em nosso Sistema Solar.
Os dois cientistas, Patryk Sofia Lykawka, brasileiro e atual professor na Universidade Kindai, no Japão, e Takashi Ito, do Observatório Astronômico Nacional do Japão, indicam que esse planeta estaria situado além de Netuno, em uma área conhecida como Cinturão de Kuiper.
“No nosso estudo, prevemos a presença de um planeta semelhante à Terra e alguns outros objetos transnetunianos (TNO, na sigla em inglês) com órbitas singulares nos limites do Sistema Solar”, afirmaram os cientistas em um artigo publicado na revista The Astronomical Journal.
Os pesquisadores investigam o Cinturão de Kuiper, uma região situada cerca de 30 unidades astronômicas (a distância média da Terra ao Sol, aproximadamente 150 milhões de quilômetros ou 8 minutos-luz) após Netuno. Essa área abriga rochas geladas e planetas anões, como Plutão, Quaoar, Orcus e Makemake.
O suposto novo planeta teria um tamanho de 1,5 a três vezes maior que o da Terra, superando os planetas-anões presentes no Cinturão. Mesmo Plutão, que já foi considerado um planeta no passado, possui apenas 18% do tamanho terrestre.
Antes de confirmar a existência desse novo planeta, os cientistas precisam localizá-lo. Para isso, continuam estudando os objetos do Cinturão de Kuiper em busca de alterações em suas órbitas que possam indicar a presença de um planeta maior.
“Com base em simulações abrangentes do Sistema Solar externo, incluindo um planeta hipotético com massas comparáveis à Terra (testando várias órbitas para o planeta), obtive resultados que podem explicar as propriedades orbitais das populações distantes do Cinturão de Kuiper. Isso sugere um papel crucial desempenhado pelo planeta na formação do Cinturão de Kuiper”, explicou Patryk em uma entrevista à Unisinos, universidade do Rio Grande do Sul onde ele se formou em física e matemática antes de se mudar para o Japão.
Para dar continuidade à pesquisa, Patryk pretende realizar novas simulações e aprimorar os resultados. “Dessa forma, a massa e a órbita do planeta hipotético podem ser ainda mais refinadas”, acrescentou ele.
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