Os negociantes brasileiros demonstraram um aumento no otimismo em fevereiro, de acordo com a pesquisa da Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC). O Índice de Confiança do Empresário do Comércio (Icec) registrou um crescimento de 2,4% em comparação com janeiro, marcando o segundo mês consecutivo de expansão, considerando variações sazonais.
O indicador alcançou 109,7 pontos, situando-se na zona otimista (acima de 100 pontos). No entanto, em relação a fevereiro de 2023, o Icec apresentou uma queda de 4,9%. “A avaliação das condições atuais da economia indicou um ambiente econômico mais favorável; no entanto, os comerciantes enfrentam desafios financeiros para investir”, analisou a CNC.
Comparando janeiro e fevereiro, os três componentes do Icec mostraram expansão. A avaliação das condições atuais aumentou 5,7%, atingindo 88,6 pontos, com melhorias nos aspectos economia (8,5%), setor (5,6%) e empresa (3,8%).
As expectativas cresceram 1,8%, atingindo 139,1 pontos, com avanços nos quesitos economia (2,6%), setor (1,4%) e empresa (1,4%).
As intenções de investimento cresceram 0,8%, alcançando 101,2 pontos, com expansão nos aspectos empresa (1,9%) e contratação de funcionários (1%), mas com uma diminuição nos estoques (-0,8%).
O indicador que avalia a intenção de investir na contratação de funcionários está em um nível satisfatório, marcando 112,3 pontos, mas a CNC alerta para o aumento na proporção de comerciantes indicando a intenção de reduzir as contratações nos próximos meses, alcançando 40,3% em fevereiro de 2024, o nível mais alto desde maio de 2021.
O economista-chefe da CNC, Felipe Tavares, destaca que a inadimplência das empresas subiu de 2% em dezembro de 2022 para 3,5% em dezembro de 2023, dificultando o acesso ao crédito. Além disso, a taxa de juros para pessoas jurídicas permanece alta, apesar de ter diminuído em relação ao ano anterior.
A pesquisa de Intenção de Consumo das Famílias (ICF), também conduzida pela CNC, “revelou maior preocupação das famílias em organizar seu orçamento, colocando o consumo em segundo plano”.
“A perspectiva para consumir permaneceu em declínio em fevereiro, mas o percentual de consumidores que pretendem reduzir as compras também vem caindo, o que impacta positivamente a expectativa dos comerciantes em relação aos próximos meses”, resumiu Felipe Tavares, em comunicado oficial.
Na comparação entre janeiro e fevereiro, a confiança dos empresários aumentou nos três grupos varejistas analisados. A confiança dos comerciantes de produtos essenciais teve um aumento de 4,2%. No setor de semiduráveis, a confiança cresceu 0,9%, enquanto no segmento de bens duráveis houve um aumento de 2,3%.
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