Neste 30 de julho é celebrado o Dia Mundial de Combate ao Tráfico de Pessoas, a data foi instituída em 2013, pela Assembleia Geral das Nações Unidas (AGNU). Tendo em vista a importância do combate a esta prática criminosa, a Polícia Civil do Amazonas (PC-AM), por meio da Comissão de Capacitação, Treinamento e Desenvolvimento (CCTD), iniciou neste mês, a preparação e capacitação de policiais civis para que trabalhem de forma célere e efetiva no combate a essa prática criminosa, no Estado.
O treinamento atende a um termo de cooperação técnica firmado entre a Secretaria de Estado de Segurança Pública (SSP-AM) e a Organização Não Governamental (ONG) The Exodus Road, que é internacional e trabalha no combate a esse crime.
Na maioria das vezes, promessas de oportunidades de trabalho para melhoria de vida, levam as vítimas a aceitarem propostas de saírem de seus países de origem e tentarem a sorte em outro território. Porém, essas promessas não sendo verdadeiras, o que poderia ser a realização de um sonho, transforma-se em trabalho forçado e até exploração sexual.
O delegado Alessandro Albino, diretor do Departamento de Polícia Metropolitana (DPM) da instituição, ressalta que qualquer curso que seja de aperfeiçoamento para o policial é de grande importância, pois a Polícia Civil empenha esforços, diariamente, para que seus servidores sejam qualificados; e estejam aptos ao combate a toda e qualquer ação delituosa.
“Esse curso tem um tema de extrema importância para nós que somos policiais, ainda mais em nossa capital que recebe muitos turistas. E ter esse conhecimento pode evitar que uma situação de tráfico humano ou exploração sexual passe despercebida pelas autoridades”, enfatiza Albino.
O curso acontece de forma on-line e teve início neste mês de julho, sem data prevista para término. Ele pode ser realizado de acordo com a disponibilidade de tempo do participante e, até o momento, conta com 116 servidores inscritos.
Para o investigador de polícia Fabiano Barroso, gestor do CCTD, essa especialização vai ajudar o policial a identificar de forma célere o delito, no momento em que ele acontece. Segundo Barroso, apesar de não se ouvir falar muito sobre a prática do tráfico humano no Amazonas, não quer dizer que ele não ocorra.
“O que acontece é que, na maioria das vezes, o delito não é visivelmente identificado e só se torna conhecido quando a vítima ou os familiares realizam a denúncia. Então nosso objetivo é especializar os servidores da Polícia Civil para que estes atuem com mais afinco nessa modalidade de crime”, destaca o gestor.
A escrivã de polícia Kárenide Albuquerque, lotada na Delegacia Especializada em Repressão à Crimes Cibernéticos (DERCC), já está realizando o treinamento e explica que ele ocorre por meio de vídeoaulas, com exemplos de casos reais, estatísticas, entre outras ferramentas que mostram como agir diante da situação.
Orientações – Para evitar cair em propostas tentadoras e acabar se tornando uma vítima do tráfico humano, é importante sempre ficar atento às propostas que se recebe, principalmente aquelas que acontecem por meio das redes sociais. E caso precise viajar para outro estado ou país, comunicar familiares e amigos, que devem ficar cientes de endereços e contatos de consulados, ONGs e autoridades da região.
Caso presencie ou seja vítima do delito, a denúncia pode ser realizada pelo Disque Direitos Humanos (Disque 100), que recebe, analisa e encaminha as denúncias.