O ministro da Saúde, Eduardo Pazuello, falou que, pelos acordos que já foram feitos, o Brasil tem garantidas 300 milhões de doses de vacinas do novo coronavírus. Ele deu detalhes sobre essa e outras questões na Comissão Mista do Congresso nesta quarta-feira (2).
Pelas contas do general, entre janeiro e fevereiro de 2021, chegarão as primeiras 15 milhões de doses da parceria entre a Universidade de Oxford, a farmacêutica AstraZeneca e a Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz).
Até o fim do primeiro semestre, chegarão as outras 85 milhões. Já no segundo semestre, a Friocruz terá capacidade de produzir mais 160 milhões.
Somando, até o fim de 2021, por esse acordo, o Brasil terá 260 milhões de doses. Vale recordar que esse imunizante tem a proteção garantida com a aplicação dupla, ou seja, 130 milhões de pessoas poderiam ser vacinadas.
O restante virá do Covax Facility, que é a aliança global pelo acesso equitativo às vacinas da Covid-19 da OMS. O Brasil já acordou 42 milhões de doses de qualquer um dos 9 imunizantes que estão recebendo o investimento desse consórcio.
Validade de testes
O ministro também afirmou que os testes do novo coronavírus não foram comprados com “a premissa de que venceriam em dezembro de 2020”. Para ele, as validades sempre foram entendidas para 2021, 2022 e até 2023. “Os testes foram comprados em grandes quantidades e com capacidade de estocagem e armazenamento de primeiro mundo”, continuou. “A validade vai ser estendida. Não tem porquê não acontecer isso”, completou.
Para ele, a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) deu uma validade rápida, para o uso rápido, mas os estados não demandaram conforme essa velocidade esperada, então, os testes ficaram lá. Porém, é de praxe, ainda pelo entendimento do ministro, que haja um processo de revalidação, se necessário. E é o que estamos vivendo.
O general também disse que testes não são para diagnósticos e, sim, para estratégia epidemiológica. “O teste clínico é o mais válido. Quem diagnostica é o médico”, reforçou. Para ele, com a mudança de postura da pasta a partir da sua gestão de pedir para que as pessoas procurem ajuda logo no começo dos sintomas, não importando a gravidade, e reconhecendo os diagnósticos dos médicos, os números foram se aproximando mais da realidade da doença no Brasil.
“Quando se tem um novo repique, um aumento das curvas, é normal que tenha uma nova onda de pedidos de testes pelos estados”, explicou. Pazuello informou que os governadores receberam todos os testes que pediram. “Uma boa logística é isso: ter capacidade de suprir as demandas”, disse.
Ele também reforçou que 9 milhões de RT-PCR já foram distribuídos e o Ministério da Saúde ainda tem 6 milhões para repassar o quanto antes.
O ministro também disse que o Brasil vai viver uma segunda onda, mas que é a mesma pandemia e garantiu que o país está preparado para enfrentá-la. “A segunda onda é tão grande quanto a primeira, com relação à saúde das pessoas impactadas. É o mesmo recurso, é a mesma pandemia, com sua segunda onda”, explicou.
Nesse momento, ele relembrou o conceito das quatro ondas: contaminação, sequelas, aumento dos casos de violência doméstica e, por último, dos suicídios. “Estamos combatendo 4 ondas, não apenas a contaminação, não apenas a covid. O trabalho é muito maior, não se restringe à covid, é a pandemia como um todo”, reforçou.
*CNN