A Polícia Civil do Amazonas efetuou na noite dessa quarta-feira (28) a prisão de Camila Barroso, apontada como a principal suspeita no caso do assassinato de Geovana Costa Martins, uma jovem de 20 anos encontrada morta na última terça-feira (20) em uma área de mata no bairro Tarumã, na Zona Oeste de Manaus, após ser dada como desaparecida. A vítima apresentava sinais claros de espancamento, e as investigações apontam para um caso envolvendo exploração sexual, cárcere privado, e possíveis conexões com o tráfico de drogas.
Durante uma coletiva de imprensa, a delegada Marília Campello, adjunta da Delegacia Especializada em Homicídios e Sequestros (DEHS), revelou detalhes contundentes sobre o caso, trazendo à tona o sombrio ambiente em que Geovana vivia. Segundo a delegada, Camila Barroso aliciou a jovem sob o pretexto de um trabalho como babá, mas logo a forçou a se prostituir.
Geovana Costa Martins, que inicialmente foi contratada para trabalhar como babá na casa de Camila, viu sua vida se transformar em um pesadelo. A delegada Marília Campello explicou que Camila atraiu a jovem para um estilo de vida de festas, álcool e eventual submissão. “Geovana foi praticamente obrigada a fazer programas sexuais. A casa, conhecida como ‘casa de massagem’, servia como fachada para a exploração sexual de várias meninas, sendo Geovana uma das residentes permanentes. Ela não podia se relacionar com pessoas de fora e estava, na prática, sob cárcere privado”, relatou Campello.
A situação se agravou com o controle rigoroso que Camila exercia sobre a vida de Geovana. Qualquer tentativa da jovem de escapar era frustrada com ameaças de violência e exigências financeiras. “Sempre que Geovana pensava em sair, Camila dizia: ‘você está me devendo, tem que trabalhar mais para me pagar’”, acrescentou a delegada.
Tentativa de Culpar o Ex-Namorado
Quando foi detida, Camila Barroso tentou direcionar as suspeitas para o ex-namorado de Geovana, identificado como Jhonny. No entanto, as investigações da polícia rapidamente descartam qualquer envolvimento dele no crime, até o momento.
“Ontem, ao ser presa, Camila culpou o Jhonny, mas ele já foi ouvido pela polícia e nos mostrou mensagens que comprovam que ele não tinha acesso a Geovana, devido ao controle que Camila exercia. Ela não permitia que a jovem se relacionasse com ninguém de fora, nem mesmo com o ex-namorado”, explicou Marília Campello.
Planos de fuga para o exterior
A prisão de Camila Barroso ocorreu num momento crítico, uma vez que havia indícios de que ela estava prestes a fugir do país. “Ainda bem que o judiciário decretou a prisão, porque Camila tinha passagem marcada para a Europa. A família dela mora na França, e Geovana também tinha tirado passaporte recentemente, em junho. Provavelmente, havia um plano de levar Geovana para fora do país, onde ela seria explorada sexualmente e possivelmente usada como ‘mula’ para o tráfico de drogas”, revelou a delegada.
Camila já possui um histórico criminal, incluindo uma tentativa anterior de embarque com drogas, o que reforça as suspeitas de que ela planejava continuar a exploração de Geovana em território estrangeiro. “A Camila já foi presa tentando embarcar com drogas. Geovana serviria de mula, além de ser forçada a se prostituir fora do país”, afirmou Campello.
Procurado
Outro nome que surgiu nas investigações foi o de Eduardo Gomes da Silva, filho da proprietária da casa onde Camila morava. Segundo a polícia, Eduardo está sendo procurado, e há evidências de que ele esteve diretamente envolvido na ocultação do corpo de Geovana.
“O veículo utilizado para deixar o cadáver de Geovana na estrada do turismo e voltar estava em posse de Camila e de Eduardo. Eles deixaram o corpo em uma área de mata e retornaram para a casa”, detalhou a delegada.
Envolvimento com Mano Kaio
A investigação também revelou que Camila Barroso tinha ligações com o tráfico de drogas, possivelmente por meio de seu ex-companheiro, o traficante conhecido como Mano Kaio.
“Camila se diz ex-mulher de Mano Kaio e já fez vídeos portando arma de fogo. Ela usava a intimidação como forma de controle, ameaçando chamar pessoas ligadas ao tráfico para resolver qualquer conflito”, contou Campello.
Últimas Horas de Geovana
Uma das provas mais perturbadoras do caso é uma foto que mostra Geovana com vários hematomas no rosto, o que sugere que ela foi brutalmente espancada antes de morrer. A jovem também apresentava sinais de estrabismo, uma condição causada por traumatismo craniano, que foi identificado como a causa da morte. A polícia está investigando se a foto foi tirada antes ou depois do assassinato, mas acredita-se que ela ilustra a gravidade das agressões que a jovem sofreu.
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