O governo Bolsonaro está discutindo a proposta da mudança do padrão de tomada brasileiro. A Associação Brasileira da Indústria Elétrica e Eletrônica (Abinee) alerta para os riscos de segurança da eventual medida. “O retorno à situação anterior representa um retrocesso na prevenção de acidentes. Além disso, a mudança já foi assimilada pelo consumidor e uma alteração agora traria ônus à população”, afirma.
A Abinee esclarece que a escolha pelo padrão atual, em 2011, teve como base o custo-benefício do consumidor e “que levou em conta 80% dos aparelhos elétricos à época”. Segundo a associação, não há como dimensionar em quanto seria a perda, mas se for prejudicial à indústria, o consumidor também sentirá o impacto no bolso por ter que fazer uma nova mudança. Um dos fatores que deve influenciar os preços é a dependência de cada empresa ainda ter, ou não, o maquinário para a fabricação das tomadas de dois pinos.
Sobre o assunto, a assessoria de imprensa do Instituto Nacional de Metrologia, Qualidade e Tecnologia (INMETRO) disse que “não há decisão tomada e não tem como estipular o prejuízo financeiramente. O brasileiro perde, apenas, em segurança”.
De acordo com a Abinee, o padrão de três pinos teve resultados positivos.O número de acidentes fatais envolvendo choques elétricos diminuiu em 150%. Antes da adoção desse tipo, entre os anos 2000 e 2010, a média anual era de 1,5 mil ocorrências. No ano passado, foram apenas 600 registradas.
Ao redor do mundo, não há um padrão universal de tomadas. Cada país estabelece normas próprias que melhor atendem à população. Porém, por causa do grande nível de segurança, a IEC (entidade de normalização internacional do setor elétrico e eletrônico), sugere que um padrão semelhante ao do brasileiro seja adotado.