Dando sequência à “Operação Gratidão”, o Governo do Amazonas enviou, nesta sexta-feira (19/03), profissionais de saúde da Secretaria de Estado de Saúde (SES-AM) para dar suporte no transporte de pacientes com COVID-19 de Porto Velho (RO). O objetivo é apoiar o estado trazendo cerca de 15 pessoas para Manaus, todas em grau moderado da doença. O grupo embarcou na noite desta sexta-feira e retornará na madrugada deste sábado (20/03) com os pacientes, os quais ficarão internados no Hospital Delphina Aziz, na zona norte.
Uma equipe formada por três enfermeiras, um médico e um fisioterapeuta embarcou no aeroporto Ponta Pelada, zona sul, em um voo da Força Aérea Brasileira (FAB), por volta das 20h30. A operação contou ainda com uma equipe de solo da SES-AM, especialista em voos de emergência, que trabalhou na equipagem da aeronave. Seguindo os protocolos para locomoção dos pacientes, o grupo equipou a aeronave com materiais e insumos de saúde, entre os quais: cilindros de oxigênio, respirador, medicamentos, desfibrilador e EPIs. Além desses itens, a SES-AM enviou, no mesmo voo, para o estado de Rondônia, medicamentos do kit intubação compostos por neurobloqueadores e sedativos usados em pacientes de UTI.
As pessoas com COVID-19 estão internadas em quatro unidades de saúde de Porto Velho. A “Operação Gratidão” receberá, ainda, outros seis pacientes do Acre, transportados pela FAB. O desembarque em Manaus está previsto para ocorrer durante a madrugada deste sábado.
O secretário de Saúde do Amazonas, Marcellus Campêlo, destacou que a pandemia do novo coronavírus impôs o preparo dos profissionais do Amazonas para esse tipo de operação complexa, possibilitando acolher de forma segura pacientes de outros estados e devolvendo a saúde aos que precisam.
“Nós temos um dever de gratidão para com os outros estados. Em janeiro e fevereiro, nós removemos 542 amazonenses para outros estados e nesse momento nós retribuímos, não só na recepção de pacientes, mas também na doação de insumos para outros locais. É o estado do Amazonas dentro das suas possibilidades, sem prejudicar a rede, oferecendo apoio, a mão amiga na medida das nossas possibilidades, mas com certeza salvando vidas, que é o que mais importa”, afirmou.
A secretária executiva adjunta de Urgência e Emergência da SES-AM, Mônica Melo, acrescentou sobre a oferta de leitos para pacientes de outros estados do Brasil. Segundo ela, a quantidade é avaliada diariamente pelo Complexo Regulador da SES e informada ao Ministério da Saúde. Ela explica que o momento é de estabilidade na rede de saúde da capital, possibilitando o auxílio aos estados onde a pressão no sistema é maior.
“Em primeiro lugar nós conseguimos ter uma estabilidade de casos aqui em Manaus. Sendo assim a gente tem uma quantidade suficiente de leitos clínicos e de leitos de UTI, que nos possibilitam receber com segurança, esses pacientes. A gente consegue acolher tanto os nossos da capital e interior do estado, e também ceder leitos para esses pacientes dos outros estados”.
Responsável pelo acompanhamento médico desse grupo no percurso aéreo Manaus/Rondônia/Manaus, a médica Luana Sá Athayde já participou de operações envolvendo pacientes em situação crítica do interior do Amazonas. Como profissional, ela considerou o momento uma oportunidade única.
“Realmente, a palavra gratidão foi muito bem colocada. Nós tivemos uma situação muito delicada no nosso estado, em que vimos pacientes precisando de leitos e os outros estados puderam ajudar a gente. Estar podendo retribuir dessa forma tão importante, trazendo os pacientes de lá para cá, hoje com o estado com vários leitos de UTI, com vaga e com um suporte bom, é muito gratificante”.
Insumos – Além de receber pacientes de Covid-19, o estado do Amazonas passou a enviar, para estados vizinhos, insumos que possam minimizar os transtornos causados pelo aumento significativo no número de ocorrências pela doença.
Para Rondônia estão sendo emprestados 50 concentradores de oxigênio, fruto de uma parceria com o Ministério Público do Trabalho (MPT); uma miniusina de oxigênio emprestada pelo Hospital do Amor da Amazônia, de Rondônia, está sendo devolvida àquele estado. O equipamento foi implantado no HPS Platão Araújo para dar suporte na abertura de 23 leitos de UTI, em fevereiro, mas com a queda no consumo, foi desativada.
Uma usina da empresa White Martins, fornecedora do Estado, que estava sendo usado na rede de saúde estadual, está sendo desmontada e será transportada para o Acre; outras duas miniusinas da empresa serão transportadas para Santa Catarina; 10 respiradores serão enviados para Goiás; bombas de infusão seguirão para o Maranhão e 200 cilindros de oxigênio estão sendo emprestados ao Paraná.