Diante do fluxo cada vez maior de imigrantes venezuelanos em Manaus, o governo federal decidiu estender a Operação Acolhida, antes restrita a Roraima, para a capital amazonense.
A situação dos venezuelanos em Manaus é dramática principalmente devido à regularização migratória.
Eles esperam, em média, quase três meses para conseguir, na Polícia Federal, o protocolo de solicitação de refúgio.
Sem esse protocolo, não podem tirar documentos como CPF e carteira de trabalho, deixando-os vulneráveis à exploração laboral em uma cidade com poucas oportunidades.
Manaus é a capital com a maior taxa de desemprego no país -15,9% no primeiro trimestre, segundo o IBGE.
A ideia é trazer alguns dos serviços em funcionamento para a capital do Amazonas, como interiorização para outras regiões do país, emissão de documentos e um melhor atendimento na rodoviária, que, como em Boa Vista, reúne dezenas de venezuelanos em situação de rua.
A tarefa de planejar a operação em Manaus está a cargo do coronel George Feres Kanaan, coordenador adjunto da Força-Tarefa Logística Humanitária da operação. Desde a semana passada, ele está na cidade com uma pequena equipe.
No domingo (2), o coronel visitou a rodoviária, onde ficará parte dos serviços -atualmente, há dezenas de barracos de lona nos arredores.
Manaus, porém, não deverá contar com uma rede grande de abrigos, como em Boa Vista.
Assim como ocorre em Roraima, a ideia é que os venezuelanos em Manaus sejam enviados para outras regiões do país, ação feita em parceria com Acnur (agência de refugiados da ONU), OIM (Organização Internacional para as Migrações), entre outras entidades, muitas delas religiosas.
Criada há um ano e dois meses, no governo Michel Temer (PMDB), a Acolhida tem a coordenação da Casa Civil da Presidência da República.
O objetivo era desafogar Roraima, a principal porta de entrada dos venezuelanos no Brasil, enviando os venezuelanos para outras regiões com mais capacidade de absorção.