A onça-pintada macho, principal suspeita de atacar e matar o caseiro Jorge Ávalos no Pantanal sul-mato-grossense, apresentava sinais de debilidade física que podem ter contribuído para o trágico incidente. Segundo informações de um dos biólogos envolvidos no resgate do animal, a onça teria se envolvido em uma luta com outro felino da região algumas semanas antes do ocorrido.
O professor da UFMS (Universidade Federal do Mato Grosso do Sul), Gediendson Ribeiro de Araújo, que participou da operação de resgate, relatou ao UOL que o animal apresentava marcas de brigas antigas, indicando um confronto com outra onça macho. A análise do estado de cicatrização das feridas sugere que a luta ocorreu há algumas semanas. Araújo mencionou relatos do proprietário do pesqueiro onde a vítima trabalhava e até mesmo conversas de Jorge Ávalos sobre um embate entre onças na área. “É muito dinâmico no pantanal, especialmente para os machos. Há muita disputa por fêmea”, explicou o biólogo.
Ainda de acordo com o especialista, onças feridas em lutas podem perder a capacidade de caçar eficientemente durante o período de recuperação, além de ficarem mais suscetíveis a doenças que contribuem para a perda de peso. Embora não se saiba o desfecho da luta, Araújo esclareceu que em confrontos entre felinos, é comum que um dos animais ceda para evitar a morte. O biólogo também descartou a hipótese de falta de caça como causa da debilidade da onça, afirmando que a área ao redor do pesqueiro é de floresta protegida, sem relatos de desmatamento ou caça predatória, com fiscalização constante da polícia ambiental. O estado de saúde da onça capturada é delicado, apresentando desidratação, baixo peso e alterações hepáticas, renais e gastrointestinais, conforme boletim médico divulgado. Exames complementares estão sendo realizados para um diagnóstico completo.
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