A Organização Mundial da Saúde (OMS) emitiu um comunicado nesta segunda-feira (23) pedindo medidas para combater a contaminação em remédios para crianças. Para a OMS, é preciso mais ação dos países para acabar com os medicamentos falsificados.
A agência recebeu relatos de pelo menos 300 mortes em três nações. A maioria das crianças tinha menos de cinco anos de idade. O alerta ocorreu após pelo menos sete países relatarem incidentes com xaropes que continham altos níveis de dois elementos tóxicos: dietilenoglicol (DEG) e etilenoglicol (GE).
Ambos são perigosos, mas administrados em grandes quantidades, o dietilenoglicol pode provocar problemas graves renais e até neurológicos. As substâncias são químico-tóxicos usados como solventes industriais e anticongelantes. A ingestão, ainda que em pequenas doses, pode ser fatal.
A OMS afirma que esses elementos jamais poderiam estar presentes no frasco de medicamento. Os incidentes documentados pela agência estão ocorrendo desde outubro do ano passado, em países como Gâmbia, Indonésia e Uzbequistão.
A OMS relatou os três casos a todas as autoridades de saúde dos 194 países-membros da agência, incluindo as nações de língua portuguesa. Esses alertas incluem também a detecção e remoção dos remédios contaminados das prateleiras, o aumento da vigilância e diligência às cadeias de fornecimento dos países que podem ter sido afetados, a notificação imediata à agência da ONU caso subprodutos desses xaropes tenham sido descobertos dentro do país, e a informação ao público dos perigos e efeitos tóxicos desses medicamentos.
A OMS pediu aos reguladores e governos que identifiquem e removam os medicamentos e qualquer produto que contenham esses tóxicos do mercado. E assegurem que todos os produtos à venda vão ser aprovados para uso pelas autoridades competentes.
A agência da ONU também quer que os países aumentem a vigilância com testes de risco, incluindo em mercados informais. E aos laboratórios, a agência pede que só comprem remédios de fornecedores legítimos, e que testem os medicamentos.
O apelo da agência da ONU se estende ainda aos farmacêuticos e outros distribuidores dos remédios, para que sempre chequem sinais de falsificação e da condição dos produtos.