Cinco indígenas do Amazonas já testaram positivo para o novo coronavírus. Quatro deles são da etnia Kokama, moradores de Santo Antônio do Içá, no Sudoeste do estado. O quinto é um índio morador de Manaus, que não teve etnia ou maiores detalhes divulgados. A confirmação foi dada pela Fundação de Vigilância em Saúde na tarde desta quarta-feira (8). O Amazonas tem 804 casos de coronavírus e 30 mortes.
A primeira índia confirmada com Covid-19 foi uma agente de saúde de 20 anos, moradora de Santo Antônio do Içá. Por ela, outras três pessoas se contaminaram: sua mãe, sua filha de um ano e um vizinho. Todos eles são moradores da aldeia São José, localizada no Alto Rio Solimões, Sudoeste do Amazonas. Nessa mesma aldeia moram mais de mil índios.
Até esta terça-feira (7), três casos de indígenas contaminados já haviam sido confirmados. Eram dois adultos – o vizinho, de 37 anos, e a mãe, de 39. O Distrito Sanitário Especial Indígena da região anunciou nesta quarta-feira (8), que o quarto contaminado é uma menina de um ano, filha da agente de saúde.
Desde a última semana, a aldeia localizada na região do Alto Rio Solimões, composta por mais de mil indígenas está em completo isolamento e recebendo atendimento de equipes especializadas do Dsei.
Em entrevista ao G1, o diretor do Dsei do Alto Rio Solimões, Weydsson Gossel detalha que equipes atuantes na área ainda aguardam o resultado de outros dois exames de indígenas que tiveram contato com a agente de saúde. Ainda de acordo com ele, todos os quatro contaminados em Santo Antônio do Içá passam bem, com quadro estável e sintomas brandos da doença.
A Fundação de Vigilância em Saúde (FVS-AM) confirmou ao G1 o caso de um indígena contaminado em Manaus. A pasta não deu maiores informações sobre o paciente. Atualmente, só em Manaus, são 712 casos de Covid-19. O interior tem 92 casos.
Atualmente, a área sob cuidados do Dsei do Alto Solimões tem cerca de 70 mil indígenas. São 237 aldeias distribuídas entre seis municípios. Eles recebem há pelo menos três semanas instruções e cuidados especiais no combate a Covid-19. O trabalho todo é feito por equipes técnicas do Dsei.
“Pedimos muito a todos: não façam aglomerações, não deixem estrangeiros entrarem, não saiam de suas aldeias. Nosso trabalho também leva em conta e respeita sempre a medicina deles. Fazemos trabalhos conjuntos com parteira, pajés e curandeiros. Todos entendem e ajudam. Já existe uma relação de confiança”, relatou o diretor.
A área que fica sob os cuidados da equipe conta com uma estrutura de 15 Unidades de Saúde dentro de aldeias espalhadas pela região do Alto Solimões. O momento de trabalho de combate ao coronavírus é feito intensamente na região há mais de três semanas.
*G1-AM