Um método pericial pioneiro levou à localização de 220 veículos que possuíam restrição de roubo ou furto no estado nos últimos três anos. Desenvolvida pelo perito Charles Cipriano, do Instituto de Criminalística do Amazonas, a nova técnica é focada em automóveis oriundos de desmanche e é capaz de identificar a origem das peças e até saber se o material foi extraído de veículos comercializados em outros estados.
Tudo começou por um projeto piloto que foi avançando e que hoje é reconhecido a nível nacional. A técnica vem sendo usada por policiais federais e peritos da região sul do país, segundo Cipriano. O mapeamento das peças tem sido fundamental nas investigações, principalmente, em lojas de venda e revenda de peças e oficinas mecânicas, para onde geralmente os veículos são encaminhados para desmanche.
Membro da equipe da Delegacia Especializada em Roubos e Furtos de Veículos (DERFV), Cipriano trabalha com perícia de veículos desde 2013 e, há dois anos, começou o aprimoramento que levou à nova técnica.
“Nosso trabalho consiste em pegar um carro que está adulterado ou clonado e fazer a identificação, ou então pegar a peça que foi achada em algum desmanche de alguma loja, que não tenha procedência, para, através da identificação, saber de qual veículo veio”, explicou.
Entre os casos elucidados a partir do novo método está a prisão de um empresário, em Manaus, que esquentava veículos roubados a partir de chassis de automóveis envolvidos em acidentes de trânsito, e que tiveram perda total. Ele realizava a remarcação dos sinais de identificação para dificultar a ação policial.
“Uma quadrilha aqui em Manaus, comprava, trazia para Manaus, pegava o veículo roubado e fazia uma montagem para poder circular na rua. Conseguimos identificar a adulteração quando fizemos uma batida no desmanche dele e, através das peças, conseguimos identificar os veículos que vinham do interior de Minas Gerais”, salientou o perito.