O deputado federal Nikolas Ferreira (PL-MG) reagiu com ironia à denúncia apresentada pela Procuradoria Geral da República (PGR) contra o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), nesta terça-feira (18 de fevereiro). O procurador-geral da República, Paulo Gonet, acusou Bolsonaro de tentativa de golpe de Estado, entre outras quatro acusações, que, somadas, podem levar o ex-presidente a uma pena de até 38 anos de prisão.
Em suas redes sociais, Nikolas Ferreira questionou a existência de um suposto golpe de Estado, afirmando que não houve armas, hierarquia de estrutura ou mortes envolvidas. “É como querer matar uma pessoa com um copo de água potável, até porque não existe golpe sem armas, sem uma hierarquia de estrutura, que não teve nenhuma morte, muito estranho esse golpe, que é feito no domingo”, disse o deputado em seu perfil no Instagram.
O parlamentar também criticou a falta de provas contra Bolsonaro, argumentando que, no Brasil, não seria necessário ter evidências concretas para prender alguém. “Mesmo que você goste ou não goste do Bolsonaro, você acha que alguém tem que ficar inelegível porque fez uma reunião de embaixadores e que tem que ir pra cadeia por 38 anos com 70 anos de idade?”, questionou.
Em junho de 2023, o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) declarou Bolsonaro inelegível por oito anos, após condená-lo por abuso de poder político e uso indevido dos meios de comunicação. A decisão foi tomada com base em uma reunião realizada no Palácio do Alvorada, em 2022, na qual Bolsonaro repetiu suspeitas infundadas sobre a segurança das urnas eletrônicas.
Nikolas Ferreira também criticou o Judiciário, sugerindo que a balança da justiça estaria “desbalanceada”. Ele comparou o caso de Bolsonaro com o do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, lembrando que Lula foi condenado em três instâncias por corrupção, mas teve suas condenações anuladas pelo Supremo Tribunal Federal (STF). “O presidente da República é condenado em três instâncias e não é porque fez reunião. É por corrupção”, afirmou o deputado, acrescentando que “não tem nenhum deputado de esquerda cassado ou que perdeu as redes sociais”.
O STF anulou as condenações de Lula após entender que a 13ª Vara Federal de Curitiba, então comandada pelo hoje senador Sergio Moro (União Brasil-PR), não tinha competência para julgar o caso. A Corte também declarou Moro suspeito para atuar no processo, devido ao seu envolvimento político com o governo Bolsonaro.
Nikolas ainda sugeriu que a denúncia da PGR teria sido apresentada nesta terça-feira para desviar a atenção das manifestações convocadas para pedir o impeachment de Lula, em razão do aumento da inflação sobre os preços dos alimentos. “Exatamente quando a gente divulga, a coisa esquenta, a respeito do ‘Fora, Lula’, vem algo para tirar, digamos assim, totalmente o foco de cima do Lula”, afirmou.
Além da acusação de tentativa de golpe de Estado, a PGR denunciou Bolsonaro por tentativa de abolição violenta do Estado democrático de direito, organização criminosa, dano qualificado pela violência e grave ameaça, e deterioração de patrimônio tombado. As acusações também atingem outras 33 pessoas, incluindo o ex-ministro e ex-candidato a vice-presidente Walter Braga Netto.
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