O governo da Nicarágua libertou hoje (5) 50 detidos durante protestos contra o presidente nicaraguense, Daniel Ortega. Eles cumprirão pena em regime de prisão domiciliar e medidas cautelares. Segundo as autoridades da Nicarágua, eles foram presos por ter cometido “crimes contra a segurança comum e a tranquilidade pública”.
O anúncio ocorre dois dias depois de o governo e a Aliança Cívica para a Justiça e Democracia (ACJD) encerrarem as negociações, sem acordo sobre temas relativos à justiça e democracia e no momento em que haverá uma análise do Conselho Permanente da Organização dos Estados Americanos (OEA) conhecerá a situação do país.
O governo e a Aliança Cívica para a Justiça e Democracia (ACJD) havia concordado último dia 20 com a liberação total de detidos no prazo de 90 dias por meio de um processo que será supervisionado pela Cruz Vermelha Internacional (CICV).
O representante da oposição, o ex-vice-chanceler, José Pallais, disse que esta liberação é “unilateral” pelas autoridades. Segundo ele, há prisioneiros detidos há mais de cinco meses, sem análise de um tribunal competente.
Parentes e organizações de direitos humanos estimam que mais de 800 pessoas foram presas durante os protestos e que estariam em diferentes prisões do país em condições de isolamento e maus-tratos.
O governo liberou 200 pessoas desde 27 de fevereiro, quando iniciou um processo de negociações com a oposição, que terminou há dois dias com o acordo parcial de libertar todos os detidos em 90 dias.
Os protestos contra o governo estouraram em 18 de abril do ano passado contra a reforma da seguridade social que levou à exigência de renúncia do presidente Ortega, acusado de atos de corrupção e opressão às liberdades.