A comunidade ‘Juventude Sateré-Mawé’ emitiu uma nota nesta sexta-feira (15), denunciando a morte de Jéssica Hadassa, uma mulher trans de 28 anos, membro do povo Sateré-Mawé. A vítima foi alvo de uma acusação falsa de estupro de uma criança de 5 anos, o que resultou em sua morte por disparos de arma de fogo na noite de quinta-feira (14), em Parintins, a 369 quilômetros a leste de Manaus.
A falsa acusação surgiu após a divulgação da foto de Jéssica em grupos de aplicativos de mensagens, associando-a ao crime que não cometeu. Segundo a organização, a acusação foi baseada em “fake news”, e a vítima foi morta sem que houvesse qualquer confirmação do crime.
A criança supostamente vítima do estupro foi submetida a exames de conjunção carnal, e o resultado foi negativo, não indicando a ocorrência do ato sexual.
Em comunicado, a organização Juventude Sateré-Mawé repudiou a violência e a disseminação de informações falsas, destacando que o caso vai além da condição de mulher trans de Jéssica, evidenciando os riscos da propagação de “fake news” e da falta de apuração nas notícias.
Trecho da nota diz: “Esse caso não é apenas por ela ser uma mulher Trans, mas no parâmetro geral qualquer pessoa está sujeita diante de ‘fake news’ ou a falta de apuração das notícias. Repudiamos qualquer violência seja contra mulheres, crianças, idosos e Lgbtqia+.”
A organização exige justiça para o caso e solicita a intervenção dos órgãos competentes, como a polícia 3°DIP, a Funai e o Ministério dos Povos Indígenas, para garantir que medidas cabíveis sejam tomadas em resposta a essa tragédia.
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