Uma mulher foi largada numa estrada do Espírito Santo com sinais de abuso sexual e estrangulamento após ser espancada pelo namorado, na madrugada da última segunda-feira. Para um dos irmãos dela, a motivação do agressor se resume a “ciúmes”.
Jane Cherobin, de 36 anos, foi levada para um hospital, onde permanece internada. Um mandado de prisão preventiva foi expedido nesta terça-feira para o namorado da vítima, identificado como Jonas Guimarães do Amaral Neto, de 34 anos. O carro dele foi encontrado próximo à mulher por seus irmãos, numa estrada que leva ao Parque Nacional do Caparaó.
— Cada vez que eu olho como ela ficou eu me desespero, dá vontade de bater a cabeça na parede. Ela ficou machucada da cabeça ao dedo do pé. Quando eu fecho os olhos, ainda vejo minha irmã despida, jogada com a cabeça no asfalto, praticamente morta. Ela tinha pulsação, talvez se fosse encontrada meia hora mais tarde, não daria para sobreviver — disse Salvador Cherobin. — Estamos confiantes que ele seja encontrado e preso.
Segundo ele, Jane ainda não consegue se alimentar, nem falar ou abrir os olhos.
— O olho não abre, só sangra. O nariz está quebrado, ela respira com dificuldade, a cabeça está cheia de hematomas, o pescoço está com um inchaço absurdo. Está sem previsão de alta. A situação está bem crítica, mas não corre risco de morte — contou. — Ela bebe água com ajuda de uma gases e apenas molhando os lábios.
O casal estava junto há aproximadamente um ano e meio. Ambos faziam um trabalho temporário noturno numa choperia. Salvador contou que eles deixaram o local, na localidade de Pedra Menina, em Dores do Rio Preto, no Espírito Santo, por volta das 2h na última segunda-feira, e seguiriam de carro até a cidade onde moram, Espera Feliz, em Minas Gerais.
— Ele ficou enviando áudios e imagens para a mãe dela e pra mim, dizendo o que ele queria fazer. Dizia algo como: “Olha aqui dona, sua filha está aqui no asfalto fingindo que está desmaiada, cansei dessa vida medíocre minha”. E ele também tentava incriminar a Jane, falando sobre coisas de traição — relatou Salvador. — Nós a encontramos no final de uma curva, desacordada, nua, com sinais de estupro e estrangulamento. Acho que ele acreditou tê-la matado e fugiu, mas perdeu a chave do carro, que estava no local.
Salvador disse ainda que Jonas não demonstrava ser uma pessoa agressiva. Ele era visto como uma boa pessoa pela família.
— A gente enxergava nele uma pessoa muito pacífica, humana. Isso foi uma surpresa muito grande. A gente pensava que minha irmã encontrou uma pessoa boa, mas ele era uma pessoa possessiva. Ele era aparentemente tranquilo, mas de um tempo pra cá vinha demonstrando ser uma pessoa ciumenta — descreveu.