Após ganhar a causa de uma cliente, uma advogada de Anápolis, município de Goiás, foi surpreendida com um Pix de R$ 100 mil que recebeu por engano da empresa, uma seguradora de São Paulo. Jéssica Martins deveria receber R$ 14 mil de uma indenização, mas acabou recebendo R$ 87,4 mil a mais. A advogada levou 20 dias para conseguir devolver o valor à empresa, que não mostrou pressa para receber a quantia.
“Eu tinha um processo contra uma seguradora, e fizemos um acordo para minha cliente receber R$ 14 mil. Na sexta-feira (4 de março) caiu um depósito na minha conta no valor de R$ 100 mil”. A advogada de 28 anos conta que ficou assustada após receber a quantia: “Estava até com medo de andar com tanto dinheiro na minha conta”.
“Imaginei que o valor veio errado para o pagamento do processo”, explica. Além do depósito de R$ 100 mil no dia 4 de março, um segundo Pix equivocado foi realizado no dia 9 de março, com mais R$ 1.400.
A advogada tentou ligar para a empresa responsável em um primeiro momento, mas como tinha uma viagem programada, aguardou o retorno da seguradora. Ao retornar de viagem, cinco dias depois, e não ter recebido nenhuma ligação, decidiu entrar em contato novamente com a instituição.
Jéssica explica que tentou falar por telefone várias vezes, e por não ter resultado, procurou a ouvidoria da empresa, por e-mail. Após alguns dias, a companhia retornou e pediu mais informações. Segundo a advogada, ela detalhou todo o caso, os valores e demais informações, mas a empresa aparentava estar tranquila com a situação.
Após passar todas as informações por e-mail, a advogada aguardou o contato, que não aconteceu. “Eu precisei cobrar o retorno da empresa. Disse que precisava passar o valor correto para minha cliente e devolver o que tinha sido depositado a mais”, afirma. A seguradora respondeu um dia após a cobrança de Jéssica, declarando que de fato houve um erro e informando os dados para a devolução do valor.
Com as informações, a advogada restituiu o valor de R$ 87,4 mil à seguradora, também via Pix, e enviou o comprovante do pagamento, no dia 24 de março. Após a devolução, um representante ligou para Jéssica e agradeceu a atitude.
Apesar do retorno, ela conta que teve a impressão de que a empresa estava muito tranquila em relação ao valor errado. “Tive que ligar, mandar e-mail e até cobrar o retorno”, brinca.
Apesar do susto de receber o alto valor, a goiana explica que o primeiro pensamento foi o de devolver o dinheiro, pois poderia prejudicar o funcionário da empresa que cometeu o erro.