Pesquisadores do Instituto de Desenvolvimento Sustentável Mamirauá, no Amazonas, descobriram mais de 70 carcaças de botos e tucuxis no lago Coari, situado no município de mesmo nome, a 363 quilômetros de Manaus. Esse novo número se soma às 154 carcaças já encontradas no município vizinho de Tefé, em meio à seca histórica que afeta a região amazônica.
Miriam Marmontel, líder do Grupo de Pesquisa em Mamíferos Aquáticos Amazônicos do Instituto Mamirauá, expressou sua preocupação, sugerindo que as mortes desses animais podem estar mais disseminadas na região. Marmontel mencionou a necessidade da colaboração da população local para fornecer informações e fotos, permitindo que a equipe de pesquisa avalie e preste apoio em outros locais.
Embora ainda não seja possível determinar as causas das novas mortes em Coari, suspeita-se que seja um desdobramento do mesmo evento registrado em Tefé, relacionado às altas temperaturas da água. No entanto, Marmontel destaca diferenças entre os dois casos, observando que em Coari, as mortes ocorrem em menor escala diária, ao contrário do “boom” registrado em Tefé.
A oceanógrafa também apontou que, embora não tenham monitorado o evento desde o início em Coari, as variações dramáticas de temperatura, semelhantes às de Tefé, podem estar relacionadas às mortes. Além disso, o boletim do Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio) não encontrou evidências de que toxinas de algas estejam ligadas aos incidentes.
O lago Tefé, um afluente do rio Solimões, testemunhou um aumento de 49 centímetros no nível da água nos últimos três dias, marcando o fim da estiagem deste ano. As investigações continuam para compreender a extensão e as causas dessas misteriosas mortes de botos e tucuxis na Amazônia.
Comentários sobre este post