Nesta quarta-feira (30), Morreu o médico obstetra Armando Andrade Araújo, que foi flagrado em um vídeo agredindo uma adolescente de 16 anos grávida durante o parto na Maternidade Balbina Mestrinho, em 2018. A informação da morte foi confirmada pelo Conselho Regional de Medicina do Amazonas (CRMAM).
Armando Andrade foi condenado pela a três anos e três meses de prisão por ter cobrado R$ 2 mil de uma paciente para a realização de um parto em 2012, no Instituto da Mulher. O processo foi julgado na 1ª Vara Criminal da Comarca de Manaus e a decisão foi assinada pelo juiz Rivaldo Matos Norões Filho.
O processo contra ele começou a tramitar apenas em 2014. Segundo a vítima, o atendimento começou no dia 8 de março de 2012 e permaneceu até às 3h. Como o plantão do médico estava acabando, ele pediu para a vítima ir para casa e comparecer em outra maternidade às 7h da manhã seguinte.
A mãe somente teve contato com o bebê por volta das 19h. Ela ficou aguardando esse período sem saber se a filha estava viva, pois ninguém forneceu informações no hospital. A criança estava com um aspecto roxo e não chorou quando nasceu. Ela foi levada imediatamente para a Unidade de Terapia Intensiva (UTI).
O marido da vítima afirmou que chegou a pagar o médico para fazer o procedimento. Porém, Armando, disse que solicitou o dinheiro, mas alegou que não chegou a receber o dinheiro.
Entenda o caso
O caso foi revelado em maio de 2018 e só foi descoberto porque a auxiliar que gravou o vídeo finalmente teve coragem de publicá-lo nas redes sociais.
Na época, a família da vítima tinha a intenção de denunciar o crime, mas nenhuma das pessoas que testemunharam a violência de Armando se dispuseram a prestar depoimento.
“Eu não tinha o vídeo, por isso não denunciamos antes. A mulher que gravou não quis enviar o vídeo por medo, eu acho. Aí o vídeo apareceu na internet e minha mãe que me ligou avisando”, disse a adolescente.
Nas imagens, o médico Armando Andrade de Araújo aparece bastante furioso durante o trabalho de parto da jovem de 16 anos e chega a sugerir que uma enfermeira suba na barriga da paciente.
O médico ainda xinga a jovem e chega a bater nas pernas dela. Durante o procedimento, a menina sofre e luta para nãos desmaiar.
“Meu primeiro e último filho. Depois disso não quero outro filho. Espero que a justiça seja feita e não aconteça com outras mulheres. Ele é muito violento, é um monstro”, desabafou a jovem.