BEMPARANÁ | O fatídico episódio registrado em Guadalupe, na zona norte do Rio de Janeiro, no último dia 07, deixou mais uma vítima. Depois do músico Evaldo Santos Rosa, morto no local quando seguia com sua família para um chá de bebê, nesta quinta-feira (18) foi vez de o catador de recicláveis Luciano Macedo entrar em óbito.
Luciano foi atingido pelos militares ao tentar ajudar a família que estava no carro que foi alvo de 80 tiros disparados por pelo menos uma dezena de militares. Ele estava internado no Hospital Estadual Carlos Chagas e ontem a Justiça chegou a ordenar que ele fosse transferido para o Hospital Moacyr Carmo. Por conta do estado de saúde dele, entretanto, a transferência não foi possível.
Na manhã de hoje, por volta das 6 horas, familiares do catador confirmaram o óbito. Luciano, que levava o nome da mãe, Aparecida Macedo, tatuado no braço, deixa a esposa, Daiana Horrara, grávida de 5 meses.
O caso
No úlitmo dia 7, Evaldo dos Santos Rosa dirigia o veículo de sua família a caminho de um chá de bebê. Além dele, estavam no veículo a esposa, o filho de 7 anos, o sogro de Evaldo (padrasto da esposa) e uma amiga da família.
Militares do Exército, contudo, atiraram 80 vezes contra o carro e alegam ter respondido a uma “injusta agressão”, termo empregado pelo Comando Militar do Leste (CML). Segundo a Polícia Civil, “tudo indica” que o carro da família foi confundido com o de criminosos.
Dez dos 12 militares do Exércioto que estavam na patrulha no dia em que o carro foi atingido foram presos após prestarem depoimento sobre a ação, em caso que será julgado pela Justiça Militar. Nove deles seguiram preso após a realização de uma audiência.
Além de Evaldo e Luciano, o sogro do músico, Sérgio Guimarães de Araújo, também foi baleado e segue internado no Hospital Albert Schweitzer. A esposa, o filho de 7 anos e a amiga da família não se feriram.