Uma nova fábrica da Mineração Taboca para o processamento de estanho, na mina do Pitinga, em Presidente Figueiredo, terá investimento inicial de US$ 200 milhões (R$ 740 milhões, na cotação de hoje) e abertura de 3 mil postos de trabalho direto.
A informação é do deputado estadual Sinésio Campos (PT), presidente da Comissão de Geodiversidade, Recursos Hídricos, Minas, Gás, Energia e Saneamento na Assembleia Legislativa do Estado do Amazonas (Aleam). O parlamentar participou, neste fim de semana, da visita técnica de fiscalização à Mineração Taboca na Vila do Pitinga.
Hoje, o beneficiamento do mineral encontrado no município é levado do estado do Amazonas para São Paulo, onde é transformado em insumos para a indústria eletroeletrônica onde gera empregos.
Sinésio pretende colocar o assunto em pauta no Estado para que o projeto seja viabilizado. Isso porque o plano esbarra, segundo ele, na oferta de energia elétrica, tanto para a exploração feita hoje quanto para o possível beneficiamento do estanho no Amazonas.
De acordo com o deputado, apesar de Presidente Figueiredo possuir uma usina hidrelétrica, Balbina, e a mineradora ter sua geração elétrica, a partir de represa própria (Pitinga), a base de exploração mineral, hoje, já enfrenta dificuldades.
Para suprir a demanda, segundo o deputado, a mineradora já utiliza geração de energia termelétrica. Envolvido no tema há 15 anos, como presidente da comissão, Sinésio disse que agora vai trabalhar para que o governo federal estenda o Linhão de Tucuruí para a região.
“Vamos colocar o tema em pauta. Há muito venho mostrando que a mineração é um potencial de matriz econômica, mas só agora o Amazonas se dá conta da necessidade. Buscar sempre por uma mineração sustentável, ambientalmente correta, socialmente justa e economicamente viável é uma das nossas principais metas parlamentar”, disse o deputado.
Sinésio disse que, neta terça-feira (12), irá tratar do assunto na tribuna da Aleam e que pretende levar os dirigentes da Taboca para que mostrem o projeto e as condições de segurança das barragens da mina.
Métodos de Construção
Ao contrário das represas de água, as barragens de rejeito (que são barragens usadas para depositar os resíduos e a água gerados a partir do beneficiamento do minério), não são construídas de uma vez só. Elas são elevadas gradualmente, à medida que a minha vai sendo explorada. Esta é mais uma informação dada pelo deputado que participou de uma palestrar feita pelos técnicos da Mineração Taboca aos órgãos e entidades presentes na visita de fiscalização.
Existe segundo a explicação do Gerente Executivo de Sustentabilidade, Engenheiro Newton Viguetti Filho, que trabalha na Vila do Pitinga, dois tipos de construção mais utilizadas. O método de montante, que foi o método usado em Brumadinho e Mariana que é o projeto mais barato e o mais usado, embora engenheiros falem que é, também, o mais propenso a falhas.
“No projeto de montante, os asfaltamento se apoiam diretamente nos rejeitos secos dentro do reservatório. O método economiza dinheiro, pois exige menos manuseio de terra. Já a forma de construção usada aqui no Amazonas pela mineração taboca em Vila do Pitinga é o Jusante. Nesse projeto os asfaltamentos são colocados sobre os níveis antigos e construídos lateralmente, criando uma estrutura mais volumosa e mais forte”, explicou o Engenheiro.
Durante a visita, os órgãos e entidades puderam vistoriar cada barragem. “Já tínhamos visitado a Vila do Pitinga em 2011, pois entendemos que é isso que a autoridades e órgãos devem fazer, constatar e se certificar das condições das nossas barragens para não corrermos o risco de uma tragédia assim como em Brumadinho”, disse o deputado.
Também participaram da visita técnica, o diretor-presidente do (Ipaam), Juliano Valente; o secretário de Estado de Meio Ambiente (Sema), Eduardo Taveira; o procurador do Estado, Daniel Viegas; a procuradora-geral de Justiça do Amazonas Leda Mara Albuquerque e os promotores de Justiça Paulo Stélio Sabbá Guimarães e Francisco Argueles, do Ministério Público do Estado do Amazonas (MPE-AM); o procurador de contas Ruy Marcelo Alencar, do Ministério Público de Contas; o conselheiro do Tribunal de Contas do Estado do Amazonas (TCE-AM), Júlio Pinheiro; o diretor de mineração, óleo e gás da Federação das Indústrias do Estado do Amazonas (Fieam), Renato Bonadiman; o presidente do Conselho Regional de Engenharia e Agronomia (Crea), Afonso Lins e o presidente da Comissão de Meio Ambiente da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), Vanylton Santos.