Doadora há um ano do Banco de Leite Humano (BLH) da Maternidade Ana Braga, unidade da Secretaria de Estado de Saúde (SES-AM), a contadora Lilian Linhares, de 35 anos, relata sua experiência e destaca a importância da doação, tanto para a própria mãe quanto para as crianças recém-nascidas que recebem o leite.
“Toda semana eu fiz a doação. Eu mesma já tinha essa vontade, mas ao longo das semanas fui percebendo o quanto era importante, tanto para quem eu estava doando quanto para mim, porque quanto mais eu fazia a extração do leite, mais leite eu conseguia produzir, e com isso minha mama nunca secou, nunca faltou leite para minha filha”, afirmou.
Lilian já doou mais de 47 litros e enfatizou a facilidade da coleta semanal dos frascos com leite, realizada pela equipe do BLH da maternidade na residência das doadoras.
“Eu só vi benefícios em doar o leite. Depois que eu consegui o contato das técnicas da Ana Braga, desde então foi só facilidade, porque o motorista pega na minha casa, ele traz os potes de vidro para fazer o armazenamento e toda semana eles agendam e vêm buscar o leite, ou seja, não tem trabalho algum para mãe doar”, disse a mãe.
A doadora ressaltou a ajuda que essas doações são para as crianças recém-nascidas, principalmente aquelas que estão na Unidade de Terapia Intensiva Neonatal (UTIn). “O leite materno é essencial para que a recuperação delas seja mais rápida. Enquanto eu estiver fazendo essa amamentação, consequentemente eu vou produzir o leite para que possa ser doado”, enfatizou a contadora.
De acordo com a coordenadora estadual de Saúde da Criança, da SES-AM, Loiana Melo, os BLH coletam, processam e distribuem leite para os bebês prematuros e de baixo peso, além de orientar a mãe e familiares sobre a amamentação.
“É importante ressaltar que, a cada um litro de leite materno doado, pode-se amamentar até dez recém-nascidos por dia. E toda mulher que amamenta, ela é uma potencial doadora. Desde que ela seja saudável e não faça uso de nenhuma medicação incompatível com a amamentação. Todo leite doado é pasteurizado e submetido a rigoroso controle de qualidade antes de ser ofertado ao bebê”, explicou a coordenadora.
Doação – Nos três primeiros meses deste ano, o BLH Fesinha Anzoategui, na Maternidade Balbina Mestrinho, coletou mais de 313 mil litros. Os BLH da Galileia, da Maternidade Azilda Marreiro, e da Maternidade Ana Braga, em janeiro e fevereiro de 2022, contabilizaram, juntos, a doação de mais de 335 mil litros.
De acordo com a coordenadora dos três BLH do Amazonas, Elizabeth Hardman, nos meses de janeiro e fevereiro deste ano, foram atendidos, aproximadamente, mil bebês prematuros.
“Temos aproximadamente 200 doadoras. É extremamente importante a doação de leite humano, os postos de coleta, os bancos de leite, para que a gente possa melhorar a qualidade de vida dos nossos bebês e do povo da nossa cidade, reduzindo a mortalidade infantil e prevenindo doenças futuras”, destacou.