Membro de facção ia matar esposa com filho no colo em Manaus

A Polícia Civil de Manaus anunciou nesta terça-feira (22) a prisão de um homem de 29 anos, identificado como integrante de uma facção criminosa, acusado de tentar matar sua própria esposa, de 36 anos, no bairro Santa Etelvina.

De acordo com o delegado Guilherme Torres, o agressor usava uma arma de fogo para ameaçar e agredir a vítima, chegando a efetuar disparos durante o ataque. “Ele, com uma arma de fogo, ameaçava, dava coronhadas, chegou a efetuar alguns disparos, e essa vítima conseguiu, com a ajuda de algumas pessoas, se socorrer”, explicou o delegado.

Agressões brutais e ameaças de morte

A delegada Patrícia Leão, responsável pelo caso, detalhou que o relacionamento era marcado por abusos e violência há anos, mas a situação escalou na madrugada do crime. A vítima relatou que foi acordada às 3h pelo acusado, que a ameaçou de morte.

“Ela acordou com ele olhando para ela. Ele disse que naquele dia eles iriam ‘brincar’ e que a brincadeira seria séria. Em seguida, ele fez uma ligação para alguém, que pediu para ele esperar até as 18h, pois seria mais fácil esconder o corpo depois desse horário”, revelou a delegada.

A vítima foi brutalmente espancada, mesmo segurando o filho do casal, um bebê de apenas 9 meses. Ela sofreu fraturas no corpo, rosto e cabeça, sendo levada ao hospital em estado grave.

Medo e manipulação

Segundo a delegada, o homem usava sua ligação com a facção criminosa para manter a vítima sob controle. Ele ameaçava expor fotos dela ao grupo criminoso caso buscasse ajuda. “Essa estratégia foi usada para manter o ciclo de violência por quatro anos. Ele é um suspeito extremamente perigoso, com antecedentes por tráfico de drogas, receptação e porte ilegal de arma de fogo”, destacou Patrícia Leão.

A coragem de denunciar

Após ser incentivada por familiares, a mulher decidiu denunciar o agressor, que foi preso nesta manhã. A polícia reforçou a importância de buscar ajuda em casos de violência doméstica, mesmo diante de ameaças, e destacou que vítimas podem contar com apoio especializado e sigiloso.

O caso chama atenção para a gravidade da violência doméstica e da manipulação psicológica por parte de agressores.